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TERRA DO SEMPRE
Mercado imanta turista para Notting Hill
Barracas e lojas nas ruas vendem porcelana antiga, casacos de pele, brinquedos e até CDs dos Mutantes
MANUELA MINNS
EM LONDRES
Antigüidades, artigos de segunda mão e artistas fazem do
mercado de Portobello, em
Notting Hill, um dos mais famosos do mundo. As barracas e
lojas que se espalham por Portobello Road e redondezas revelam porcelanas antiqüíssimas, casacos de pele, camisetas
infantis de bandas de rock,
brinquedos de colecionador e
até CDs dos Mutantes.
O melhor horário para ir lá é
sábado, das 10h às 16h. A quantidade de artigos e comidas é
maior. E a de turistas também.
Um mar de gente em busca de
boas barganhas.
A região foi refúgio de artistas e destino de uma forte migração caribenha. Isso marcou
o bairro com um espírito relaxado e festivo. Notting Hill,
com suas casas de portas coloridas, também ficou famoso pelo filme "Um Lugar Chamado
Notting Hill" (1999), com Julia
Roberts e Hugh Grant.
Uma dica é começar a explorar o mercado perto da estação
de metrô Notting Hill Gate. Pegue a saída North Side e vire à
direita na Pembridge Street.
Uma seqüência de pubs e lojas
de roupas vintage e camisetas
dá o tom descolado do lugar.
Uma dica para comer é o
Arancina, café siciliano com
pizzas em pedaço e outros salgados. A vitrine é decorada com
a lateral de um fusca laranja, e
os atendentes são sorridentes.
Algumas casas à frente fica a
loja de brinquedos vintage Mimi Fifi (www.mimififi.com),
que há 20 anos vende brinquedos de colecionador. São chaveiros dos Smurfs, bonecos da
Pantera Cor-de-Rosa e lancheira do Gato Félix. Os brinquedos ficam em vitrines e forram os dois andares da loja.
Continuando pela Pembridge Street, sempre à esquerda,
chega-se à Portobello Road,
onde barracas dividem espaço
com grandes nomes como The
Body Shop, Lush, Accessorize,
American Apparel e Starbucks.
Na primeira parte, o forte são
as antigüidades. A obsessão dos
ingleses com o chá das cinco
ganha forma de xícaras, canecas e pires com anos e anos.
Além de porcelanas, há pratarias, jóias, máquinas fotográficas, bolsas e bonecas russas.
Há uma barraca só com buzinas e sinos de metal.
"Berries"
Mais alguns passos e se chega
à travessa com a Westbourne
Grove, onde começa o mercado
de comida.
Embora barracas de frutas e
verduras pareçam banais a brasileiros, em Londres, fria a
maior parte do tempo, maçãs,
bananas e tomates são objetos
de luxo. Vale gastar algumas libras nas famosas "berries" (frutas vermelhas): "strawberry"
(morango), "raspberry" (framboesa) e "blueberry" (uma frutinha azul arredondada).
Esse é o quarteirão para se
comer alguma coisa. Os turistas
fazem fila nos quiosques de
sanduíches com salsichões alemães e muita cebola ou de camarões fritos servidos em guardanapos e potes de plástico.
Come-se de pé mesmo. É a solução mais rápida e barata para
matar a fome.
Quem não se importar em
pagar caro para almoçar, basta
virar à direita na Wesbourne
Grove e subir dois quarteirões.
Na altura do 236 os restaurantes e cafés são mais chiques. Essa rua ficou conhecida como a
Rodeo Drive de Londres por
causa do público endinheirado
que circula por ali. No Tom's e
no Fresh & Wild (www.wholefoodsmarket.com/uk) são
servidos sanduíches e pratos
feitos com produtos orgânicos,
febre na Inglaterra. O clima
"hippie-chique" impera.
Voltando ao mercado, no
mesmo quarteirão das barracas
de comida encontra-se o The
Electric Cinema (www.theelectric.co.uk), um dos cinemas mais antigos de Londres.
Nos anos 70 os artistas que viviam no local se encontravam
lá para bater papo, debater política, fumar maconha e, claro,
ver filmes. Dizem que Gilberto
Gil e Caetano Veloso, quando
moravam na cidade, costumavam passar ali.
O clima de sala de estar é
mantido até hoje. As poltronas
são de couro, há espaço para
apoiar os pés e mesinhas para
as comidas e bebidas que são
servidas no bar do cinema. Dá
para assistir aos filmes tomando cerveja ou vinho. A entrada
chega a 12,50 libras.
Alta fidelidade
Perto dali fica a Fussy Nation. Por fora parece mais uma
loja banal de coisinhas de
criança, mas reserva uma surpresa para os pais roqueiros:
camisetas infantis de bandas
como Blondie e Ramones.
Outra parada estratégica é a
Rough Trade (www.roughtrade.com), lendária loja de discos que há 30 anos é vitrine do
que é e será sucesso no mundo.
Fica na Talbot Road, 130.
O lugar é pequeno, cheio de
pôsteres, prateleiras lotadas de
CDs e LPs e um jeito meio "Alta Fidelidade", livro do inglês
Nick Hornby que virou filme
com o ator John Cusack. Pessoas de todas as idades circulam por ali. Os vendedores são
apaixonados por música e estão sempre disponíveis para
sugerir novos sons. Não se espante se das caixas de som sair
alguma balada dos Mutantes.
Os donos adoram colocar música brasileira.
O penúltimo pedaço do mercado antes de chegar à ponte
por onde passa o metrô Ladbroke Grove é confuso. Há bugigangas como cabides de plástico, produtos de limpeza, tecidos baratos e tênis falsificados.
Mas não se assuste: mais
adiante, o mercado continua.
Virando à esquerda após a
ponte está a marquise onde os
artesãos mostram seus trabalhos. Casacos de pele de carneiro com desenhos feitos à mão,
blusas de caxemira customizadas e flores de couro para colocar no cabelo são algumas das
coisas disponíveis. Kate Moss,
Siena Miller e Keira Knightley
costumam circular por ali.
Muitos dos brechós de moda
estão nessa área também. Por
isso encontram-se coisas exclusivas com preços acessíveis.
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