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CASAS-MUSEU EM SP
Conhecer o solar do ex-prefeito Fábio Prado e coleções de famílias tradicionais são sugestões de passeio
Revisite a São Paulo antiga nos imóveis da elite paulistana
LUISA ALCANTARA E SILVA
RAFAEL MOSNA
DA REPORTAGEM LOCAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Ter uma aula de arquitetura
em uma visita à Casa Modernista, apreciar um jardim com
pau-brasil e outras espécies ao
lado de uma avenida movimentada, conhecer a casa do ex-prefeito Fábio da Silva Prado e
de sua mulher, Renata Crespi.
Tudo isso é possível nas casas-museu da cidade de São
Paulo -imóveis que foram habitados por famílias importantes da elite paulistana e que, hoje, abertos à visitação pública,
funcionam como acesos espaços culturais e museus.
Repletos de histórias curiosas, esses passeios interessam
tanto aos que visitam a capital
paulista como ao paulistano
que nunca foi a esses lugares.
Mas a situação dessas casas,
tombadas, abre uma discussão.
A Casa Modernista,
na Vila Mariana, quase foi destruída antes de ser tombada como patrimônio histórico. A Casa do Bandeirante, no
Butantã, estava em estado deplorável antes do tombamento
e posterior restauro.
Para o arquiteto Benedito Lima de Azevedo, professor titular da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP,
há bons exemplos de tombamento em São Paulo, como a
Casa das Rosas, na
avenida Paulista. "Construíram ali um prédio sem que derrubassem a parte histórica."
Ele diz que um dos problemas é o medo que as famílias
têm de perder o valor imobiliário de suas propriedades com o
tombamento -que as impede
de reformar o imóvel. "Em
muitos casos, elas abandonam
as casas e deixam o imóvel se
autodestruir, com goteiras e
outros problemas que vêm com
o tempo", diz ele. "Isso quando
os próprios donos não destroem seus imóveis, mudando
o projeto original." Segundo
Toledo, "as pessoas têm de entender que tombar não é ruim".
Mas também cabe ao poder
público cuidar dessas casas.
Por vezes, o processo de tombamento é tão lento que nesse
tempo a casa é destruída por
agentes externos.
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