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CASAS-MUSEU EM SP
Além de coleção focada em móveis de época e design, museu faz eventos musicais às quintas e domingos
Onde as árvores fazem parte do acervo
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Se não fosse pelo barulho, às
vezes intenso, produzido por
ônibus e carros na av. Brigadeiro Faria Lima, o Museu da Casa
Brasileira (MCB) também poderia ser considerado um oásis
de história em meio ao centro
comercial que abrange os bairros de Pinheiros, Jardim Paulistano e Itaim.
A casa, um solar de estilo
neoclássico, que atualmente
ocupa uma área de 7.200 m2, foi
construída na década de 1940
pelo então ex-prefeito e engenheiro Fábio da Silva Prado,
que lá viveu por mais de 15
anos com sua esposa Renata
Crespi da Silva Prado. Na época, o terreno possuía 15 mil m2.
A região, então mais próxima
do rio Pinheiros, foi procurada
pelas elites paulistanas como
um novo destino em relação
aos bairros mais antigos, como
Luz e Campos Elíseos.
O local, perto do ponto final
do bonde, era distante da av.
Paulista, então repleta por casarões. Na Faria Lima, casas
chiques eram mais raras, pois
ali predominavam chácaras.
Em 1972, o palacete virou
Museu da Casa Brasileira e, hoje, conta com 44 peças de mobiliário e 41 objetos pertencentes ao acervo da instituição. A
exposição dos móveis é agrupada por utilidade, como "servir",
"ouvir" e "dormir". Não deixe
passar despercebido o Banco
Bandeirante, de madeira maciça e construído em X no século
19, usado por bandeirantes em
viagens. No piso superior, a
"Coleção Crespi-Prado" -Renata era filha do industrial têxtil Rodolpho Crespi- reúne
peças utilitárias e obras de arte.
Entre as telas, é possível conferir a "Floresta e o Veado", de
Cândido Portinari.
Para entrar no clima do solar, perca alguns minutos vendo o banheiro no ambiente térreo, com peça de mármore inteiriça. A visita não se completa
sem uma passada pelo elevador, construído a pedido da senhora Crespi.
Quintal verde
O jardim com 6.600 m2 é um
grande atrativo. A atenção dada a essa área é tanta que as árvores são consideradas parte
do acervo. "O jardim foi plantado quando aqui viveu Fábio
Prado. Ele representa a introdução do jardim francês naquela época", explica Giancarlo
Latorraca, diretor técnico.
Caminhe pelo bosque e observe os exemplares nativos,
como o tapiá e a seringueira, e
estrangeiros, como a aglaia, árvore comum no Vietnã e na
China. Os painéis de identificação ajudam a conhecer um
pouco mais sobre a história e
alguns dos costumes da capital
paulista no final do século 19.
Quem passa pelo local no horário de almoço pode ainda estender a visita e saborear uma
caprichada refeição no Quinta
do Museu (www.quintadomuseu.com.br).
Música ao vivo
Hoje, às 20h30, a dupla Duofel se apresenta no quintal do
MCB. O repertório dos violinistas são releituras de músicas da
banda inglesa Os Beatles. Com
entrada gratuita, a programação segue durante todo o mês
de abril, com a banda Pau Brasil
(15), Nelson Ayres Trio (22) e
Nonada (29).
Aos domingos, sempre às 11h,
espetáculos musicais gratuitos
também tomam conta do belo
jardim. No dia 11, a Orquestra
Antunes Câmara apresenta
obras de Villa-Lobos, Guerra
Peixe, Francisco Mignone e
Carlos Gomes.
Não deixe para chegar em cima da hora, pois as vagas são
concorridas e limitadas.
(RAFAEL MOSNA)
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