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CASAS-MUSEU EM SP
Imóvel no bairro de Perdizes conserva residência tal qual viveu, até sua morte, o intelectual paulista
Sinta como viveu Guilherme de Almeida
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
"Íngreme, estreita, escura e
curva é a escada que sobe para
minha mansarda. Capaz de desanimar os velhos fôlegos cardíacos, nunca, entretanto, intimidou meu já muito vivido coração. Pelo contrário: leva-me
leve, alado como os anjos da escada de Jacó".
Quem visitar a Casa Guilherme de Almeida -cuja reabertura ao público é prometida para
o segundo semestre deste
ano- poderá conferir de perto
quão íngreme, estreita, escura e
curva ainda é, tal qual escreveu
o poeta, a escada que leva ao sótão do imóvel onde viveu, de
1946 até sua morte, o poeta modernista paulista Guilherme de
Almeida (1890-1969) e sua mulher, Baby de Almeida.
"Trata-se da única casa-museu na cidade de São Paulo que
preserva a coleção do personagem que nela viveu. Todo o seu
acervo literário, objetos, móveis... Tudo isso ficou na casa,
deixando viva a memória do
contexto histórico-cultural de
uma época", afirma o diretor
Marcelo Tápia.
Estarão novamente disponíveis na casa as obras de arte que
fizeram parte do acervo do escritor, composta por colegas
modernistas, tais como Anita
Malfatti, Victor Brecheret, Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti,
Candido Portinari e Lasar Segall. Também interessante é a
biblioteca de Guilherme de Almeida, com as primeiras edições de livros de autores modernistas, como Oswald de Andrade e Mário de Andrade.
Ponto curioso é a lápide de
mármore no quintal para Ling
Ling, cão pequinês de Baby.
(RAFAEL MOSNA)
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