São Paulo, quinta-feira, 08 de abril de 2010

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CASAS-MUSEU EM SP
Imóvel no bairro de Perdizes conserva residência tal qual viveu, até sua morte, o intelectual paulista

Sinta como viveu Guilherme de Almeida

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

"Íngreme, estreita, escura e curva é a escada que sobe para minha mansarda. Capaz de desanimar os velhos fôlegos cardíacos, nunca, entretanto, intimidou meu já muito vivido coração. Pelo contrário: leva-me leve, alado como os anjos da escada de Jacó".
Quem visitar a Casa Guilherme de Almeida -cuja reabertura ao público é prometida para o segundo semestre deste ano- poderá conferir de perto quão íngreme, estreita, escura e curva ainda é, tal qual escreveu o poeta, a escada que leva ao sótão do imóvel onde viveu, de 1946 até sua morte, o poeta modernista paulista Guilherme de Almeida (1890-1969) e sua mulher, Baby de Almeida.
"Trata-se da única casa-museu na cidade de São Paulo que preserva a coleção do personagem que nela viveu. Todo o seu acervo literário, objetos, móveis... Tudo isso ficou na casa, deixando viva a memória do contexto histórico-cultural de uma época", afirma o diretor Marcelo Tápia.
Estarão novamente disponíveis na casa as obras de arte que fizeram parte do acervo do escritor, composta por colegas modernistas, tais como Anita Malfatti, Victor Brecheret, Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Candido Portinari e Lasar Segall. Também interessante é a biblioteca de Guilherme de Almeida, com as primeiras edições de livros de autores modernistas, como Oswald de Andrade e Mário de Andrade.
Ponto curioso é a lápide de mármore no quintal para Ling Ling, cão pequinês de Baby.
(RAFAEL MOSNA)


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