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Colônias tiveram objetivo de evitar a discriminação
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Nos cafezais, os japoneses
trabalhavam como colonos;
mas assim não era possível
poupar dinheiro. "Era um sistema substituto ao sistema escravo", diz Koichi Mori, professor
de antropologia da USP.
Então o esforço era de buscar
montar uma comunidade local
só de agricultores japoneses: as
colônias, iniciadas na década de
1910. O objetivo era criar uma
comunidade para poupar dinheiro, produzir café e arroz e
educar os filhos como japoneses. Os pais queriam evitar que
os filhos assimilassem a cultura
brasileira; planejavam voltar ao
Japão ainda, percebiam-se como decasséguis (migrantes
temporários).
É algo semelhante ao que
acontece com os brasileiros
que vão ao Japão trabalhar, esperando que seja no máximo
por alguns anos, mas boa parte
deles acaba ficando.
Para os okinawanos, porém,
havia um objetivo a mais nas
colônias: evitar a discriminação
pelos próprios japoneses, segundo Mori. Por isso, montaram comunidades próprias,
mantendo sua tradição e sua
cultura. Para os brasileiros, todo japonês era igual, não havia
diferenças perceptíveis. O tratamento era o mesmo dado a
outros japoneses. Na comunidade nikkei no Brasil, assim como acontecia no Japão e outros
lugares em que houve imigração, foi muito forte a discriminação dos okinawanos.
(MK)
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