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CORES DA CIDADE
Táxis amarelos, sacolas de compras, bueiros que cospem fumaça e arranha-céus são ícones da metrópole
Símbolos tornam NY um lugar fácil de ser reconhecido
VINCENZO SCARPELLINI
ENVIADO ESPECIAL A NOVA YORK
O taxímetro gira com velocidade alegremente lenta, se
comparado aos taxímetros de
São Paulo. O táxi é amarelo e,
como confirmam as cópias em
miniatura de táxis amarelos
vendidas nas lojas de suvenires,
é um símbolo da cidade.
Os manequins "criativos"
nas vitrines das boas lojas da
Quinta Avenida arrancam grupos de pessoas boaquiabertas
da multidão que anda a pé: gente segurando pacotes de compras é outro símbolo da cidade.
Colunas de vapor sobem do
bueiros. Truman Capote (1924-1984) as comparou a sinais de
fumaça dos índios -em "Bonequinha de Luxo", seu primeiro
sucesso, que virou filme com
Audrey Hepburn.
Um arranha-céu lembra as
grades dos radiadores de carros
dos anos 20: assim o quis Walter P. Chrysler, fundador da homônima fábrica de carros. A
poucos quarteirões está a casa
de King Kong, quando passa
por aqui, o Empire State Building. É possível ir ao 102º andar, compartilhando a vista que
tanto atrai o poderoso gorila.
Precisa dizer? Estamos na
Grande Maçã, ou melhor, na
grande árvore das maçãs, nem
todas proibidas: Manhattan,
NY. Um esplêndido deserto, segundo Mark Twain (1835-1910), onde o ser humano está
só em meio a milhões de sua raça. O.k., mas, se Paris é romance, e Milão, estilo, Nova York é
energia. Gastronomia, cultura,
compras, música, riqueza e poder, conquistas eróticas, possibilidades suberóticas. A cidade
acolhe todos os sonhos.
Sonhos, sim, porque Manhattan é uma ilha. E não tem
lugar melhor que o perímetro
fechado de uma ilha para qualquer projeção fantástica, para
evocar utopias ou encontrar o
desconhecido. Basta citar o que
a vista da Estátua da Liberdade
representou para tantos imigrantes que chegaram aqui.
O amarelo dos táxis foi escolhido por John Hertz ao fundar,
em 1907, a Yellow Cab Company, após ler uma pesquisa
que indicava a cor como a mais
fácil de se reconhecer.
Nova York, no fundo, é isso:
fácil de se reconhecer. Se a cidade é de seus habitantes e de
suas fantasias, quem a visita é
habitado por essas fantasias tão
divulgadas pela arte, pela literatura, pelo cinema e pela TV. A
qualquer esquina pode se exclamar: como no cinema!
Vincenzo Scarpellini viajou a convite da Leading
Hotels of the World e da Continental Airlines
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