São Paulo, quinta-feira, 08 de junho de 2006

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CORES DA CIDADE

Quase 5 anos pós-atentados, memorial de US$ 1 bi não foi inaugurado; em 1972, torres custaram US$ 700 mi

Obra substituta do WTC ainda provoca polêmica

SILVIO CIOFFI
EDITOR DE TURISMO

A odisséia da reconstrução de Nova York, depois dos atentados terroristas de 11 de Setembro de 2001, só será totalmente concluída quando, no local que ficou conhecido como "ground zero", depois da destruição do World Trade Center (WTC), for inaugurado um polêmico memorial orçado em US$ 1 bilhão.
O governador Pataki e o prefeito Bloomberg insistem: querem que o "mais caro memorial dos EUA de todos os tempos" não custe mais que US$ 500 milhões -valor pelo qual já se batiam quando o custo da obra foi estimado em US$ 672 milhões. Apesar da celeuma, passados quase cinco anos dos atentados, Nova York, cujo site turístico oficial é www.nycvisit.com, já recuperou seu vigor turístico. Recebe hoje cerca de 5,5 milhões de turistas/ano, número ligeiramente maior do que na época em que as torres gêmeas do WTC, na área conhecida como Lower Manhattan, foram destruídas, matando 2.749 pessoas.
Projetadas pelo japonês Minoru Yamasaki, as torres que viraram pó haviam sido inauguradas em 1972 e custaram, na época, US$ 700 milhões.
Metrópole que nunca esmoreceu diante das dificuldades, a Big Apple seguiu o seu caminho e inaugurou, diante do Central Park, na rotatória onde fica a estátua de Cristóvão Colombo, no número 80 do Columbus Circle, outras torres idênticas, projetadas por David M. Childs, do escritório Skidmore, Owings & Merrill.
Chamadas de Time Warner Center e encimando um novo complexo arquitetônico aberto ao público no ano passado, elas hospedam o hotel Mandarin Oriental (www.mandarinoriental.com), e funcionam ali alguns dos novíssimos restaurantes estrelados de NY.

Reinventado a si mesma
Descoberta em 1524 pelo italiano Giovanni da Verrazzano (c.1485-c.1528), numa expedição paga por franceses, a ilha de Manhattan foi visitada pelo inglês Henry Hudson, em 1609, num navio de bandeira holandesa. E foi também um holandês, Peter Minuit, que a comprou dos índios algonquínos -na verdade, trocou as terras insulares por bugigangas avaliadas em 60 guilders (US$ 24).
A ocupação, no entanto, não foi pacífica e, até que Peter Stuyvesant fosse para lá, enviado pela Companhia das Índias, em 1647, a paz era uma quimera. Chamado de "Peg Leg", Stuyvesant havia perdido uma perna em Curaçao, nas Antilhas Holandesas, numa batalha contra os portugueses.
Foi ele que batizou a cidade de Nova Amsterdã e, em 17 anos de gestão, edificou fortalezas, escolas, hospital, cadeia e correio. Nessa época, com a chegada de colonos, a população da ilha duplicou, chegando a 1.500 habitantes.
Em 1664, a Inglaterra mandou o coronel Richard Nicholls à região. Ele enfrentou Stuyvesant e, sem disparar um tiro, conquistou a cidade, que passou a se chamar Nova York.
Até o início do século 19, lá viviam apenas umas 35 mil pessoas. Foi à essa altura que Nova York começou a receber imensos contingentes de imigrantes.
Italianos, chineses e também um grande número de judeus russos que fugiam dos "pogroms" transformaram a pequena cidade numa metrópole cosmopolita e em referência.
Em 1835, depois de um Grande Incêndio, teve início uma nova fase histórica. Surgiram museus, como o de História Natural, de 1877, cujo site é www.amnh.org; a Ópera, inaugurada em 1883; e mesmo a Estátua da Liberdade, presente da França, fincada numa ilha ao largo de Manhattan em 1886. Em 1892, a ilha de Ellis, próxima da estátua, passou a ser usada na triagem dos imigrantes.
Com o século 20 à espreita, Nova York unificou cinco bairros sob uma única jurisdição, isso em 1898, quando a metrópole contava com uma população de 3,4 milhões de pessoas. A solução foi encarar a modernidade -e o metrô começou a ser construído em 1900, pelo prefeito Robert van Wyck.


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