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Cheeseburger é vizinho da velha cozinha na mesa nova-iorquina
DO ENVIADO ESPECIAL
Maigret, o inspetor parisiense criado pelo escritor George
Simenon (1903-1989), encontra-se em Manhattan (no romance "Maigret em Nova
York", de 1947) um tanto cético
sobre a cozinha local.
Quando chegam à mesa um
autêntico vinho de Borgonha e
pratos fumegantes de frango,
Maigret insinua para seu colega
americano: "Não me dirá, capitão, que os americanos têm o
hábito..." Mas o detetive antecipa: "De comer como nós essa
noite? Talvez nem sempre. Mas
lhe garanto que somos em muitos a apreciar a velha cozinha e
posso encontrar para o senhor
cem restaurantes como esse".
Desde as perplexidades de
Maigret, Nova York firmou-se
como capital da gastronomia, e
a oferta de restaurantes de todos os tipos é assombrosa. Entretanto não é raro entrar num
restaurante elegante, ver uma
jovem igualmente elegante ordenar um hambúrguer e comê-lo na ponta dos dedos. "Finger
food", comida para os dedos, dizem. E não se trata só de hambúrguer, tem pizza, tacos, "hot
dog", falafel, saquinho de "junk
food" (comida massificada).
Como resposta a Maigret, poderia ser citado Nero Wolfe, investigador nova-iorquino, criado por Rex Stout (1886-1975)
nos anos 40. Um grande em todos os sentidos: pesava mais de
cem quilos, mas respeitava religiosamente as refeições, que
consumia lentamente e com a
severa proibição de falar de trabalho.
(VINCENZO SCARPELLINI)
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