São Paulo, quinta-feira, 08 de junho de 2006

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Cheeseburger é vizinho da velha cozinha na mesa nova-iorquina

DO ENVIADO ESPECIAL

Maigret, o inspetor parisiense criado pelo escritor George Simenon (1903-1989), encontra-se em Manhattan (no romance "Maigret em Nova York", de 1947) um tanto cético sobre a cozinha local.
Quando chegam à mesa um autêntico vinho de Borgonha e pratos fumegantes de frango, Maigret insinua para seu colega americano: "Não me dirá, capitão, que os americanos têm o hábito..." Mas o detetive antecipa: "De comer como nós essa noite? Talvez nem sempre. Mas lhe garanto que somos em muitos a apreciar a velha cozinha e posso encontrar para o senhor cem restaurantes como esse".
Desde as perplexidades de Maigret, Nova York firmou-se como capital da gastronomia, e a oferta de restaurantes de todos os tipos é assombrosa. Entretanto não é raro entrar num restaurante elegante, ver uma jovem igualmente elegante ordenar um hambúrguer e comê-lo na ponta dos dedos. "Finger food", comida para os dedos, dizem. E não se trata só de hambúrguer, tem pizza, tacos, "hot dog", falafel, saquinho de "junk food" (comida massificada).
Como resposta a Maigret, poderia ser citado Nero Wolfe, investigador nova-iorquino, criado por Rex Stout (1886-1975) nos anos 40. Um grande em todos os sentidos: pesava mais de cem quilos, mas respeitava religiosamente as refeições, que consumia lentamente e com a severa proibição de falar de trabalho. (VINCENZO SCARPELLINI)


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