DA ENVIADA ESPECIAL À CIDADE DO MÉXICO

A história, todo mundo conhece: Frida Kahlo e Diego Rivera se conheceram, se apaixonaram e se casaram. Ele a traiu diversas vezes, ela o traiu diversas vezes, mas ele perdeu a linha: a traiu com a irmã. Aí eles se separaram para, anos depois, voltarem a se casar.
Os quadros dela e os murais dele estão por todos os lugares. Uma boa amostra pode ser vista, no caso dele, no palácio Nacional; no dela, no Museo de Arte Moderna, no bosque do Chapultepec, onde está o célebre "Duas Fridas".
A casa dele fica em San Ángel; a da família dela, no bairro vizinho de Coyoacán. A visita às duas pode ser feita no mesmo dia e começar pela praça de San Jacinto, em San Ángel. Dali, a caminhada até o museu Casa Estúdio de Diego Rivera, que fica na esquina das ruas Diego Rivera com Altavista, é um agradável passeio. A casa, em que eles moraram juntos, é na verdade duas, ligadas por uma ponte. O estúdio de Rivera (1886-1957), onde Frida (1907-1954) o flagrou com a irmã dela, está como ele deixou. O quarto em que ele morreu também, com um par de botinas ao lado da cama.
No módulo em que Frida morava, conserva-se o banheiro. Sobre a banheira há um quadro que ela teria pintado inspirada em algum banho que tomou ali.
A casa dela, em Coyoacán, é conhecida como casa Azul (fica na rua Londres, 247) e é bem mais lotada que a dele. Ela é, aliás, muito mais popular do que ele. Suas imagens só são menos presentes que as da Virgem de Guadalupe pelas paredes e ruas mexicanas. Na casa Azul não há exposição temporária. Pelas paredes, há obras de Frida e de sua coleção. Estão expostos trajes e seu diário.
A cozinha, o quarto e o estúdio estão como ela deixou. Em parte culpa do imaginário que a envolve, tudo parece dramático. No quarto, sobre uma penteadeira, uma urna guarda suas cinzas. (HELOISA LUPINACCI)


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