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MAIOR BARATO
Com gastos médios de US$ 350 por mês, você pode levar sua mochila para passear da Índia ao Vietnã
Visite a Ásia com o dinheiro da mesada
MICHEL GAWENDO
free-lance para a Folha
Viajar com uma mochila nas
costas, carregando o mínimo necessário, é o jeito mais barato e interessante de conhecer a Ásia.
Com cerca de US$ 350 por mês é
possível visitar atrações turísticas,
conhecer a natureza exuberante e
vivenciar a realidade da população
em países com mentalidade e modo de vida totalmente diferentes
dos encontrados no Ocidente.
Gastar pouco não significa abrir
mão da comodidade. O que se deve deixar de lado é o luxo dos hotéis classificados por estrelas (o luxo, em geral, é igual em qualquer
parte do mundo) e dos meios de
transportes, excursões e restaurantes especiais para turistas.
Outros fatores tornam a viagem
barata: a própria condição econômica da região e a sobrevalorização do real, por exemplo.
Para economizar com alimentação, saiba que a comida nos mercados ou em restaurantes locais,
além de mais em conta, é original e
inimitável.
Os mercados da Ásia oferecem
refeições autênticas por menos de
US$ 3, como os currys de coco
com abacaxi na Tailândia, as sopas de noodles de arroz com vegetais, encontradas em quase todos
os países, ou o palak paneer (creme de espinafre com queijo branco) na Índia.
É claro que são necessários cuidados com higiene. Primeira regra: evite consumir carne ou comida requentada.
Alguns se arriscam e experimentam iguarias locais, como carne de
cachorro no Vietnã, besouros no
Camboja, gafanhotos e ratos no
Laos e ovos de pato com embrião
formado na Tailândia.
Hospedagem econômica é o que
não falta. Em quase todos os pontos há pousadas especiais para
mochileiros. Onde não existem
pousadas ou hotéis, como em aldeias no norte do Laos, famílias
recebem turistas para pernoitar.
Clima e transporte
O clima no Sudeste Asiático é
tropical. Durante os períodos de
chuvas, diferentes em cada país,
fica mais difícil viajar. Por isso é
aconselhável consultar mapas das
estações antes de partir.
Se você estiver disposto a viajar
da mesma maneira e nas mesmas
condições vivenciadas pelos moradores locais, a economia com
transporte também está garantida.
E, além de conservar seu dinheiro, você pode fazer amizades se locomovendo entre os locais.
Numa viagem longa na segunda
classe dos trens da Índia, por
exemplo, é praticamente impossível ficar sozinho. Sempre aparece
alguém interessado na sua origem
e nos motivos da sua viagem.
Em contrapartida, você pode ir
extraindo do seu companheiro de
viagem informações sobre templos, praias, desertos, montanhas,
além da atração principal, o Taj
Mahal, uma das maravilhas do
mundo antigo.
Você visita isso tudo gastando
pouco mais de US$ 10, quantia suficiente para viver um dia na Índia.
Viajar por terra também ajuda a
economizar e a conhecer a natureza dos países.
No Laos, por exemplo, as viagens de caminhão ou picape são
demoradas e cansativas, mas compensam pelo visual de florestas
virgens e de tribos que só nos últimos quatro anos começaram a ter
contato com ocidentais.
Em Phnom Penh, capital do
Camboja, com cerca de US$ 12 por
dia é possível se hospedar em pousadas à beira do lago Boeng Kok
(com vista privilegiada do
pôr-do-sol), conhecer museus e
palácios e provar a comida local.
O país tem a honra de abrigar o
complexo de templos gigantes
Angkor Wat, construídos em pedra há quase 700 anos, numa época em que a civilização khmer era
a mais evoluída da região.
Caldeirão
A Tailândia oferece ilhas paradisíacas, templos e estrutura turística avançada. O país pode ser visitado com US$ 15 por dia.
O Nepal abriga o monte mais famoso do mundo, o Everest, parte
da cordilheira do Himalaia.
Um trekking de 12 dias até o Annapurna Base Camp não exige
equipamento profissional e pode
ser feito por quem tem um mínimo de preparo físico e vontade.
Hospedagem e alimentação na
montanha exigem US$ 5 por dia.
O esforço vale a pena. São seis
dias de caminhada entre vales,
plantações de arroz em degrau e
aldeias. No topo, o turista fica
num "caldeirão", a 4,2 mil metros
de altura, cercado pelos Annapurnas, com quase 8.000 metros.
O Vietnã oferece praias tropicais
como Nha Trang, onde uma massagem à beira-mar custa US$ 2.
Também podem ser visitados
resquícios da guerra, como os túneis e as armadilhas usadas pelos
vietcongues contra os norte-americanos nas décadas de 60 e 70, na
região do delta do rio Mekong.
Os preços e condições dos lugares podem variar. A solução é pedir dicas a outros mochileiros
(também chamados de "backpackers"). Tem sempre alguém vindo
de onde você ainda vai e indo para
onde você já foi.
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