São Paulo, quinta-feira, 09 de junho de 2011

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Missão Barreado

Prato típico do Paraná é cozido lentamente em panela de barro com vedação feita de farinha e água

RAFAEL MOSNA
ENVIADO A MORRETES E ANTONINA

A missão era específica. Sair em busca dos melhores barreados do Paraná, precisamente em Morretes e Antonina. Prato típico local, teria sido criado durante o Carnaval pelos caboclos do litoral para recuperar as energias.
Sua receita traz carne bovina servida com farinha -que, com a água bem quente do caldo, forma um pirão-, além de banana (crua, grelhada ou frita), arroz e laranja.
Em Morretes, o assunto é levado a sério: o barreado é considerado o seu principal chamariz turístico. Na chegada ao centro da cidade, placas de "o melhor barreado" e "o mais tradicional" estão por toda parte. Todas cobram por pessoa e a comilança é feita à vontade.
O Nhundiaquara (nundiaquara.com.br -sim, o endereço é sem h mesmo), restaurante e autointitulado o mais antigo hotel da cidade (o que já induz pontos positivos na escolha), diz servir o prato à maneira tradicional. Perda de tempo. Bem-feitinho, a R$ 20,90, a carne desmancha e o molho vem fervendo, com a farinha já em pirão. Mas peca pela falta de sabor -parece levar somente sal.
Um prato pesado pede um tiro certeiro (certamente você não comerá vários barreados num único fim de semana, não é?). Sem dúvidas, pelo menos três opções em Morretes são boas -e reconhecê-las não é uma tarefa difícil, basta seguir seu olfato.
O bom barreado leva tempero na medida certa e, por si só, o vapor (lembre-se, a panela está em fervura constante) já dá água na boca.
No Casarão, por R$ 24, e no Villa Morretes, por R$ 28, (barreado.com.br), a receita é a mesma. O que muda, além do preço, é o ambiente -mais calmo e aprazível na segunda opção. São as alternativas que mais valem a pena se levada em conta a relação custo-benefício. Atendimento cordial, prato saboroso e com um toque expressivo de cominho.
Menos gorduroso, mas igualmente suculento, o prato no Armazém Romanus (0/xx/41/3462-1500) custa R$ 47. Apesar de mais caro, tem gracinhas interessantes. Para abrir o apetite, um caldinho feito com molho do barreado é servido em xícara de café. Croquetes com sua carne (acém dianteiro cozido de 14 a 18 horas, segundo o garçom) são a entrada.
Em Antonina, vá ao Buganvil (restaurantebuganvil.com.br). Por R$ 22,90, a mesa do barreado destaca-se pelas bananas fritas (a pura banana imersa em óleo, e não à milanesa), repostas a todo momento.


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