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FRONTEIRA VERDE
Estações modificam os cenários amazônicos
Na seca, surgem praias e os animais aparecem mais; na cheia, rios ficam caudalosos e os igapós se formam
DA ENVIADA ESPECIAL À AMAZÔNIA
É possível ir ao mesmo ponto
da Amazônia e se ver diante de
paisagens absolutamente distintas. A época do ano define o
cenário, que muda muito.
Difícil é definir qual é o melhor período para a viagem,
pois isso -garantem os locais-
é questão de gosto.
O auge da seca é entre novembro e dezembro. A partir de
dezembro começa a chover. E
dá-lhe chuva até junho. Em seguida, tudo começa a secar.
Na seca, há uma vantagem
óbvia: não chove tanto. De janeiro a maio, há chuva várias
vezes ao dia. O tempo fica fechado, e o turista, molhado.
Em um primeiro momento,
ver a chuva no Amazonas é impressionante. É muita água, e a
sensação de testemunhar o início do ciclo de vida da floresta é
forte. Porém, depois de 40 minutos de chuva, acaba a graça.
Mas a cheia tem uma vantagem: passear pelos igapós, o clímax da viagem nessa época.
A seca, por outro lado, tem
dois trunfos. O primeiro é que
os animais se exibem mais. Na
chuva, eles ficam entocados. Na
seca, vão em busca de água e
acabam sendo mais freqüentes.
O segundo é que formam-se
praias no leito dos rios secos.
É importante que, antes do
mergulho, o turista pergunte
aos guias se nadar ali é aconselhável. Não pelo perigo de cobras ou piranhas, mas pelo cauxi, animal porífero que, quando
o rio seca, fica concentrado. O
pó do cauxi causa coceira e, depois de coçar, a pele fica com
minúsculos cortes ardidos.
É preciso, enfim, dar um palpite -o turista prefere a idéia
de ficar em uma faixa de areia
que tem, de um lado, um rio e,
do outro, a floresta, ou prefere a
idéia de navegar, de ver a abundância de água, as árvores submersas e os igapós. Sendo o
ideal visitar a floresta ao menos
duas vezes.
(HELOISA LUPINACCI)
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