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FRONTEIRA VERDE
Despertador toca bem cedo em quarto de hotel de selva
Para dar conta da programação, acorda-se por volta das 7h; passeios são definidos pela duração da estada
DA ENVIADA ESPECIAL À AMAZÔNIA
A vida na floresta não é lá das
mais fáceis. Como as atividades
programadas para o dia são
muitas, e os deslocamentos para passeios são longos, tudo começa bem cedo.
É comum ter de acordar às
7h. Também é difícil ir dormir
tarde depois de um dia de caminhada. Assim como é difícil sair
da cama com o corpo dolorido
dos esforços do dia anterior.
Os passeios feitos pelos hóspedes são definidos pela duração do pacote. Assim, é bom ficar atento para a programação.
Caminhada na selva, ida à casa
de caboclos, pesca de piranha,
focagem noturna de jacaré e
passeios de barco pelos rios da
região formam o menu básico.
A rotina segue a lógica da
maior parte dos hotéis que propõem o contato com a natureza. Todo mundo de pé bem cedo, café da manhã com hora marcada para terminar. Os
guias dão as instruções -o que
levar, o que vai acontecer- e
todos saem para o passeio.
Muitas vezes o almoço é fora
das instalações do hotel. De
volta, cansados, é hora de tomar banho, jantar e ir dormir.
Comida
No Amazonat Jungle Lodge,
onde a reportagem da Folha
hospedou-se, à convite, a melhor refeição do dia era o café
da manhã. Sempre com algum
toque regional -como tapioca
e cuscuz- e frutas frescas, não
deixava de lado o standard, como ovos mexidos, pão, presunto e queijo. As frutas regionais
ficam em grandes cestos no espaço de refeições à disposição
dos hóspedes, que podem apanhar um cupuaçu e se deliciar
com a polpa branca e doce que
envolve o caroço azedo -é bom
pegar a manha de quando parar
de comer a polpa.
Outro destaque fica para a
volta dos longos passeios,
quando os grupos de turistas
são recebidos com café recém-coado e chá. Cai bem.
O almoço e o jantar não têm
a mesma graça. Os peixes amazônicos passam a largo do cardápio, baseado em pratos como
picadinho ou estrogonofe. Eles
são bem temperados, mas é difícil sorrir diante de um estrogonofe quando se tem em mente um pirarucu, com tacacá, pimenta ou farinha de mandioca.
Comer fora
O almoço, muitas vezes fora
do hotel, é mais simples. Com
os longos deslocamentos, não
vale a pena voltar para a refeição. A solução são marmitas e
piqueniques. No dia da caminhada na selva, em que a pausa
para o almoço é feita na cabana
que fica na mata dentro da propriedade do hotel, há churrasco, servido com legumes cozidos e arroz e feijão. No dia do
passeio de barco, a marmita foi
frango cozido com arroz. Diante da circunstância, dá para entender a simplicidade do prato.
Mas, de novo, é difícil sorrir para a coxa de frango enquanto a
cabeça fantasia um banquete
amazônico.
(HL)
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