A 85 quilômetros de Recife e com uma altitude média de 500 metros, cidade tem dias de até 10°C

DO ENVIADO ESPECIAL A PERNAMBUCO

Mergulhar. Não nas conhecidas praias de águas quentes do litoral pernambucano, mas, sim, nos costumes, nas tradições, nas artes e na deliciosa comida nordestina.
Esse é o objetivo da rota Luiz Gonzaga, nome dado ao roteiro cultural e gastronômico que envolve quatro cidades do agreste pernambucano: Gravatá, Bezerros, Caruaru e Brejo da Madre de Deus. Todas acessíveis pela recém-duplicada rodovia BR-232.
Cada cidade conta um pedacinho da história do povo nordestino, e, ao chegar ao final da rota, a sensação é a de ter se tornado um pouco nordestino, mesmo não tendo nascido lá.
A rota ainda não existe oficialmente para as operadoras de turismo e ainda não dá para percorrê-la com a ajuda de pacotes. Por enquanto, o turista precisa se virar e alugar um carro em Recife ou fazer o percurso todo de ônibus.
O trajeto é breve. De Recife até Brejo da Madre de Deus, a última cidade da rota, são 180 km (pouco menos de duas horas de carro). Mas, mesmo sendo pouca distância, a paisagem varia muito durante a viagem.
Logo que o litoral fica para trás e o agreste se aproxima, já é possível notar a diferente coloração do verde das matas. Ao se aproximar de Brejo da Madre de Deus, vale a pena uma parada no parque das pedras esculpidas, uma seqüência sem fim de rochas moldadas pelo vento.

Baixas temperaturas
Imagine-se tirando seu casaco do armário, colocando as luvas e se preparando para degustar um fondue de queijo bem quente. Agora imagine isso em pleno agreste pernambucano. Esse roteiro é um dos muitos possíveis de serem realizados em Gravatá, cidade de 70 mil habitantes localizada a 85 quilômetros de Recife e com uma altitude média de 500 metros.
Segundo a Unesco, a cidade possui o quinto melhor microclima do mundo. No inverno, a temperatura pode chegar a 10C. Frio até mesmo para quem está acostumado a baixas temperaturas, e uma ótima oportunidade para que moradores das cidades vizinhas estréiem suas roupas de inverno.
Das cidades da rota Luiz Gonzaga, Gravatá é a mais propícia para relaxar ou praticar ecoturismo. A cidade é rica em belezas naturais, serras, cachoeiras e trilhas, que podem ser feitas a pé ou em cavalos alugados em um dos haras da região.
Nas ruas, extremamente floridas, é possível observar construções do século 18, como o trio de casas próximas à prefeitura que ajuda a dar tons europeus à cidade. Não fosse pelo sotaque dos moradores, seria fácil para o turista esquecer que está em pleno coração do agreste pernambucano.


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