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internacional
Museu foca alemães que ajudaram judeus
EM BERLIM Local alude a cidadãos que abrigaram perseguid os pelo nazismo
DA ASSOCIATED PRESS
Barbara Preusch lembra vivamente o dia em que os nazistas vasculharam sua casa em
Berlim à procura de judeus escondidos -e saíram sem encontrar a mãe e a filha que a sua
família estava abrigando.
Com 76 anos e vivendo na
mesma casa, agora ela lidera a
visita ao claustrofóbico espaço
onde Rachela e Jenny Schipper
ficaram entre 1943 e 1945.
"Os nazistas suspeitavam de
nós, mas nunca encontraram o
esconderijo", disse Preusch,
uma mulher com ar severo,
óculos e cabelo grisalho. "Eles
apenas pegaram nossas maçãs
e cigarros", conta.
Hoje, 62 anos após o final da
Segunda Guerra Mundial, no
dia 8 de maio de 1945, pessoas
como ela -uma adolescente
quando sua avó ajudou os judeus fugitivos- estão sendo
honradas com um museu.
O museu "Heróis Silenciosos" tem previsão de abertura
para 2008, em uma velha construção no centro de Berlim.
O local focará tanto os resgatadores como os sobreviventes,
com apresentações multimídia
e documentos com testemunhos que revelam as motivações e os perigos encarados pelos protetores. "Um de nossos
vizinhos era um nazista entusiasmado que observava constantemente a nossa casa com
binóculos", disse Preusch.
"Mas ele nunca viu Rachela e
Jenny porque mantínhamos as
cortinas fechadas dia e noite."
Cerca de 1.700 judeus sobreviveram em Berlim, e entre 20
mil e 30 mil alemães não-judeus ajudaram a escondê-los,
diz o historiador Johannes Tuchel, à frente do memorial de
resistência alemã do museu.
Foram múltiplas as motivações dos alemães que ajudaram
os judeus, disse Tuchel: "Nós
não podemos traçar um perfil
típico: alguns eram trabalhadores, alguns eram acadêmicos ou
devotos do cristianismo e outros ajudaram espontaneamente ou por razões políticas."
"O número de resgatadores
de Berlim pode soar impressionante à primeira vista. Mas,
comparados aos 4 milhões que
viveram na cidade naquele
tempo e não ajudaram, 20 mil
não é muito", acrescentou o
historiador.
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