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MESA E MONTANHA
Só a neve indica que a pista não é no Brasil
São tantos brasileiros que parece que as estações são aqui; perfil do esquiador define escolha do destino
DA ENVIADA ESPECIAL A PORTILLO
Quando se hospeda em uma
estação de esqui da América do
Sul, o turista só sabe que não
está no Brasil por causa da neve. Se dependesse do burburinho pelos halls dos hotéis, das
vozes ecoando pelos corredores ao acordar de manhã, dos
bate-papos nos bares e restaurantes e das conversas nas pistas, a impressão que se teria é a
de não ter, sequer, arredado os
pés de terras brasucas.
Sim, de fato, os brasileiros invadem as estações de esqui nesta época do ano. E, não, isso não
invalida a sensação indescritível de se ver isolado do mundo.
Principalmente quando você
sobe para as pistas mais altas e
olha o hotel pequenininho, lá
embaixo, como se fosse uma
peça de Lego no meio de toneladas de marshmallow.
Mas os centros de esqui têm
suas peculiaridades. Para se
sentir à vontade mesmo, é importante escolher aquele que
mais tem a ver com você.
O de Portillo (www.skiportillo.com) é o mais antigo da
América do Sul. A beleza da
viagem já começa no caminho.
A estrada internacional Santiago-Mendoza, no trecho do caracol, é cinematográfica.
Pela dificuldade das pistas,
Portillo é uma das estações
preferidas dos mais experientes. Mas os iniciantes também
dão as caras por lá. Até porque
o lugar é freqüentado por famílias inteiras -por vezes, vê-se
duas, três gerações de uma
mesma família reunidas, como
que cumprindo um ritual.
Quem o freqüenta há muito
tempo gosta de ressaltar que os
móveis permanecem os mesmos, que os garçons se repetem
a cada temporada e que os mascotes -como a cadela Mochillera- são velhos conhecidos.
Também vai por este caminho o clima de Chillán (www.termaschillan.cl). A 480 quilômetros de Santiago, o lugar é
de uma beleza ímpar. Tem pistas para todos os níveis, um spa
dentro do hotel e três piscinas
de águas termais, aquecidas pelo vulcão Chillán.
Além do cinco-estrelas Gran
Hotel, há opções de hospedagem em outros dois hotéis e
apartamentos para alugar.
Mais distante ainda de Santiago, a 789 quilômetros, Pucón
(www.pucon.com) atrai mais
a galera jovem, em busca das
emoções de esquiar nas encostas do vulcões do complexo do
Villarica-Lanína, região de intensa atividade vulcânica.
A mais próxima do Chile -a
60 quilômetros da capital- é a
de Valle Nevado (www.vallenevado.com). Ela tem a maior
área esquiável da América do
Sul, já que se soma às das estações vizinhas de La Parva e de
El Colorado. Tem vida noturna
animada, pistas radicais e modernos meios de elevação.
Veja em tempo real
Alguns sites oficiais das estações têm webcams, que mostram como está a situação das
pistas em tempo real. Como a
imagem pega um ângulo bem
geral, dificilmente você vai conseguir ver as manobras -ou os
tombos- dos seus amigos que
resolveram passar uma semana
no gelo. O objetivo é que seja
usada como uma ferramenta
importante, uma espécie de garantia, para quem programa
um pacote rumo à neve.
(PRISCILA PASTRE-ROSSI)
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