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Visitantes em Cuba dizem ter boa sorte
Vontade de ver regime comunista atrai turistas
DA FRANCE PRESSE
Atraídos pela curiosidade de
conhecer como se vive no único
regime comunista do Ocidente,
os turistas que visitam Cuba
sob o governo interino de Raúl
Castro continuam fotografando as ruas de Havana, como se
nada estivesse acontecendo e
acreditando ter sorte por estar
em Cuba neste momento histórico, justamente quando, devido à doença do ditador Fidel
Castro, o poder foi transferido
provisoriamente ao irmão.
"Queria conhecer como se vive debaixo do último regime
comunista do mundo", disse o
francês Birri Patrick, professor
de economia em Lyon, enquanto desfrutava do café da manhã
no pórtico do hotel Park View,
muito perto do centro histórico
da capital cubana. De férias, Patrick desembarcou em Havana
na semana passada com a família, mas disse que o interesse
em visitar Cuba vai além disso.
"Como um homem que estudou o marxismo e o leninismo,
eu sentia a necessidade de ver o
que acontece em Cuba e creio
que escolhi um bom momento.
Vejo um povo nacionalista e
culto, mas economicamente o
país não está bem. Cuba precisa
de investimento privado."
Não se sabe se o grave problema de saúde de Castro pode
afetar o turismo, considerado o
propulsor da economia cubana,
com crescimento previsto de
7,7% para 2006 -contra 13,2%
em 2005- e a entrada de 2,5
milhões de turistas neste ano,
segundo dados oficiais.
Embora a doença de Castro e
as reações dos cubanos no exílio, em Miami e Washington,
tenham colocado Cuba em "pé
de guerra" -o país se declarou
"preparado para enfrentar uma
agressão militar direta" dos
EUA-, nas ruas de Havana reina a tranqüilidade, e os cubanos continuam a rotina, trabalhando, enquanto os estudantes ainda aproveitam as férias.
Vários grupos de turistas italianos, alemães, franceses e espanhóis passeavam normalmente pelo Malecón, comprando camisetas e bonés com o
símbolo da revolução.
"No começo, ficamos com
um pouco de medo. Pensamos
que algo poderia acontecer na
ilha, mas, mesmo assim, decidimos vir", disse o casal de turistas espanhóis Encarnación
Guijarro e Antonio Ortoño.
"Gostamos de Cuba e de sua
gente e temos a sorte de estar
em Havana em dias históricos",
disse Guijarro.
"Estamos surpresos de ver
como os cubanos defendem a
sua revolução. Vimos na televisão os atos [de reafirmação revolucionária] que organizam e
conversamos com alguns cubanos na rua", disse a italiana
Claudia Ferrari.
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