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PATAGÔNIA ARGENTINA
Esquel reúne reservas naturais e estação de esqui
Cidade é destino de pesca esportiva
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
EM CHUBUT
No acanhado aeroporto de
Esquel, o sol brilha forte iluminando os picos nevados. A cidade, porém, costuma ficar envolta em nevoeiros por estar numa
depressão entre a cordilheira
dos Andes e a pré-cordilheira.
Esquel encontra-se a 540
metros acima do nível do mar,
onde chegam os últimos resquícios da umidade proveniente do Pacífico. Com temperaturas mais baixas em relação ao
litoral, o frio ali ainda é seco.
Prepare-se para um inverno rigoroso -vale lembrar que Esquel fica 300 quilômetros mais
ao sul que Bariloche.
Uma das principais atrações
da cidade de 40 mil habitantes
é o trem a vapor, conhecido como "La Trochita" ou "Velho
Expresso Patagônico".
O trem histórico de bitola estreita, que começou a funcionar em 1945, faz o curto percurso de 18 quilômetros até a estação de Nahuel Pan.
O passageiro desembarca por
mais de uma hora para admirar
a paisagem, comprar artesanato dos moradores locais - de
origem mapuche-tehuelche- e
visitar um pequeno museu. Durante o percurso são servidos
tortas, empanadas e chocolate
quente para espantar o frio.
Na alta temporada de inverno, porém, a maioria dos visitantes vai a Esquel para aproveitar a estação de esqui de La
Hoya. Situada na pré-cordilheira, a apenas 12 quilômetros de
Esquel, La Hoya tem 24 pistas
com vários níveis de dificuldade. A estação, que funciona do
início de julho até meados de
outubro, é conhecida pela neve
tipo "powder". O menor movimento e os preços mais em conta são outras de suas vantagens.
Na estrada tortuosa que leva
até a base da estação, é possível
observar grupos de guanacos se
alimentando. A cada curva, a
vista dos vales, lagos e da cordilheira fica mais deslumbrante.
Muitos visitantes também
vão a Esquel para praticar pesca esportiva, dada a abundância
de trutas marrons e arco-íris
em seus rios cristalinos. Rafting, cavalgadas e montanhismo também são atrativos.
Para quem prefere fazer caminhadas por trilhas quase intocadas, a melhor opção é conhecer o parque nacional Los
Alerces, fundado em 1937 e
próximo à fronteira com o Chile. A paisagem é espetacular: lagos e rios turquesa e esmeralda
cortam bosques cercados pelos
maciços nevados.
A sede do parque fica em
Puerto Limonao, às margens
do lago Futalaufquen. De lá
saem passeios de barco que levam às áreas mais remotas do
parque, entre as quais um bosques de coníferas que dá nome
ao local. Alguns dos exemplares
de alerces (árvores da espécie
das coníferas) do parque estão
entre os mais antigos seres vivos do planeta.
No litoral e no baixo vale do
rio Chubut, imigrantes galeses
também se instalaram em Esquel. Na região de Trevelin, a
"vila do moinho", há casas de
chá galês e o museu regional,
que conta a história dos primeiros imigrantes por meio de objetos e imagens dos pioneiros.
Não muito longe de Trevelin
fica a reserva natural provincial
de Nant y Fall, criada em 1994.
Ali, uma trilha leve e agradável
cruza os bosques em direção a
uma série de mirantes com vistas privilegiadas das quatro
cascatas do rio que dá nome à
reserva.
(PEDRO CARRILHO)
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