DO ENVIADO ESPECIAL AO MEDITERRÂNEO

Em Atenas, dada a aproximação da Olimpíada de 2004, as obras estão por todo lado -nem o conjunto da Acrópole escapou. Do porto de Pireus, o terceiro maior do Mediterrâneo e um dos mais antigos do mundo, até o Pártenon, edificado no alto de uma montanha calcária que se ergue a 70 m, há muita coisa sendo restaurada.
Refeito no século 5º a.C., por Péricles, esse imenso templo marmóreo projetado por Calícrates e por Ictino ganhou prédios laterais e entrada monumental, o Propileus. Hoje, quem passa pelo Propileus se depara com a monumentalidade do Pártenon, templo dórico de 31 m de frente por 69 m de lado. Mas o arquiteto Oscar Niemeyer, admirador da obra, destaca que, na Antiguidade grega, Atenas não chegava até ali, ressaltando a sua presença.
À época, a construção foi supervisionada pelo escultor Fídias, pois serviu para exibir a estátua de Atena Partenós, deusa da sabedoria e protetora da cidade, que deve ter tido 12 m de altura e, segundo relatos, deve ter sido confeccionada de ouro e de marfim.
Mesmo depauperado de seus frisos, levados para a Inglaterra entre 1801 e 1803, num tempo em que Atenas estava invadida pelos turcos, o frontão do Pártenon conserva a sua monumentalidade. As invasões foram muitas, e o prédio, símbolo da riqueza cultural da Grécia Antiga, foi, ao longo da história, transformado em mesquita, em igreja e até em paiol de pólvora -que os venezianos detonaram, em 1687.
No lado esquerdo de quem vê o Pártenon, sustentando o teto do templo de Eréction, o Pórtico das Cariátides, com colunas de formas femininas, é especial. De fato, as esculturas originais estão no museu da Acrópole, atrás do Pártenon. Esse museu reúne, além dessas estátuas esculpidas em homenagem à deusa Artemis, uma rica coleção de esculturas.

Reforma geral
Com uma população de 800 mil pessoas, Atenas é capital de um país que hoje pertence à União Européia e tem 10,6 milhões de habitantes -e que, anualmente, recebe 12 milhões de visitantes.
Hoje, nem todos os turistas se dirigem a Atenas, já que as 2.000 ilhas gregas são ligadas por centenas de navios de cruzeiro. Mas, durante os Jogos Olímpicos de 2004, o afluxo à capital deverá ser bastante intensificado.
Para driblar o problema, a cidade está investindo algo em torno de 4,4 bilhões, enquanto o Comitê Olímpico desembolsa outro 1,92 bilhão. No plano de obras está um sistema viário que contorna o centro e facilita o acesso à nova vila e ao novo estádio. (SC)


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