São Paulo, quinta-feira, 10 de novembro de 2011

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Em obras, Acrópole de Atenas foi igreja cristã e mesquita

Gregos se digladiam para sair de uma crise econômica, mas investem na reforma de monumentos históricos

Iniciada em 1983, a restauração do clássico monumento ateniense está deixando o local excessivamente "novo"

DO ENVIADO AO MEDITERRÂNEO

Atenas aparece hoje no noticiário no bojo da crise que derrubou o primeiro-ministro George Papandreou e suscita negociações para formar um governo capaz de aprovar o pacote de resgate de € 130 bilhões, da União Europeia, destinado a evitar a bancarrota da economia grega.
Agruras do endividamento e da política à parte, Atenas, a capital da Grécia, é o que se poderia chamar de um destino turístico clássico.
A Acrópole (ou "cidade alta", do grego) é um marco histórico tão importante que, na cidade, os prédios no centro histórico são proibidos de ter mais que quatro andares. Nos outros locais, oito andares é o limite e, assim, em qualquer lugar, a vista chega longe.
Mas, voltando à Acrópole, ela é uma colina rochosa onde está preservado o Pártenon, templo construído em homenagem à deusa Atena, "padroeira" da cidade.
Grandiosa, essa construção vive em reformas, com quase 14,7 m de altura e base de 69,5 m por 30,9 m.
Já teve 46 colunas externas e 23 internas e, curiosamente, sua base é levemente curvada em direção ao centro superior, assim como há colunas mais largas que fazem uma "correção óptica" do monumento.
O templo, incluindo decorações, foi terminado em 432 a.C., substituindo outro destruído durante a invasão dos persas -depois repelidos.
Essa foi a época do auge da democracia ateniense, quando a cidade era um centro cultural e se sobrepunha às outras cidades-Estado gregas.
O irônico é que, no século 5º d.C., após o avanço do Império Romano, o prédio foi convertido numa igreja cristã dedicada à Virgem Maria.
Como se não bastasse, o Império Otomano transformou o edifício em uma mesquita por volta de 1460 -o Pártenon ganhou até um minarete, a peculiar torre dos templos islâmicos.
Só é chato que os andaimes ao redor do monumento atrapalhem o viajante mais observador e dificultem uma impressão de viagem ao passado que o local sugere.
As obras de restauração na Acrópole, ainda que necessárias, estão em andamento desde 1983. E é pena que, ao restaurar seu aspecto original, tenham deixado a Acrópole "nova" demais. (MK)


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