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UM LUGAR AO SUL
Florianópolis vira a capital das baladas neste verão
População da cidade soma 400 mil habitantes, mas a ilha reuniu um milhão de pessoas na virada do ano
THIAGO MOMM
ENVIADO ESPECIAL A SANTA CATARINA
O ex-VJ da MTV Gastão Moreira, há quatro anos em Florianópolis, já ouviu morador da
ilha dizer que gostaria de sair
de lá para, "no contrafluxo",
morar em São Paulo.
Se não mudou de idéia, esse
morador irá na direção contrária das 125.495 pessoas que, entre 1996 e 2005, escolheram
Florianópolis para viver. A população aumentou 46% no período e hoje é de pouco mais de
400 mil habitantes -no último
Réveillon, a capital catarinense
abrigou um milhão de pessoas.
Apenas no último dia 31, 120
mil carros passaram pelo posto
da Polícia Rodoviária Estadual
na rodovia SC-401 rumo às
praias do norte -um reflexo da
crescente reputação da ilha e da
crise que assolou os aeroportos:
a média, no verão, é de 80 mil
carros diários por ali.
Além dos atrativos naturais,
Florianópolis está edificando
19 cinemas. Outra vantagem é
estar no epicentro do litoral catarinense, dando acesso, setenta quilômetros para o norte ou
para o sul, a mais de 25 praias.
O norte oferece abrigo para
mais de 30 mil baladeiros em
uma única noite em Balneário
Camboriú e arredores; ondas
fortes e bares com festas vespertinas nas praias Brava e dos
Amores, vizinhas; a referência
em mergulho do sul do país, a
Ilha do Arvoredo, que com Macuco, Deserta e Galés compõe a
vista da praia de Quatro Ilhas.
Já no sul, a música eletrônica
cede espaço à surf music em
praias como Guarda do Embaú,
Ferrugem e do Rosa. Nesse clima menos urbano surgem recantos com ótimas massas, comida tailandesa e outras. Só o
que permanece primitivo, no
sul de Santa Catarina, é a BR-101, que ainda não foi duplicada
no trecho -e continua colecionando filas e acidentes graves.
Resta à capital reunir diversas características do litoral
acima e abaixo dela. No item
balada -localmente chamada
de "night", como no Rio de Janeiro-, por exemplo, as praias
Mole, Jurerê e Brava compõem
um trio "mainstream" que
abriga DJs e nomes como Fernanda Porto nos finais de tarde.
Amanhã e sábado a cidade terá
o festival Planeta Atlântica, que
completa dez anos, dura dois
dias e traz, entre as 14 atrações
principais, DJ Tiësto, eleito
três vezes o melhor do mundo
pela revista "DJMag". No dia
20, há show do cantor norte-americano Ben Harper na ilha.
O fenômeno da explosão de
Floripa como destino já dura
cinco anos e não dá sinais de
perder o gás. Pelo contrário.
Nunca se ouviu tanto sobre a
ilha. Mas isso também se reverte -suspiro crítico dos velhos e
dos novos manezinhos- cada
vez mais em fatores como especulação imobiliária e trânsito.
O paulistano convertido em
florianopolitano Gastão, aliás,
mora no canto da Lagoa, perto
da Mole, e já gastou três horas
de um ponto a outro. Talvez tenha sido quando ouviu um dissidente falar em "contrafluxo".
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