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Filosofia, arte e os Alpes compõem acervos culturais
DO ENVIADO ESPECIAL À SUÍÇA
Museus e concertos garantem
boas opções ao turista que não
prescinde de atividades culturais
em meio a estações de esqui.
A cidade de Davos, por exemplo, com cerca de 13 mil habitantes, tem seis museus. O mais importante é o Museu Kirchner
(Promenade 82, Davos Platz, site
www.kirchnermuseum.ch, tel.
local 81/413-2202). O pintor alemão Ernst Ludwig Kirchner viveu
na cidade por duas décadas, a
princípio por recomendação médica e para tentar recuperar-se
das drogas.
Litografias, óleos e esculturas
retratam esse artista que frequentemente se inspirou no jogo de luz
e sombra das montanhas locais.
Kirchner se suicidou devido às
dores de cabeça insuportáveis e à
agonia provocada pela ascensão
do nazismo, segundo os painéis
do local. Sobre a obra do artista, porém, o museu traz pouco.
Reduto
A região de Davos sempre atraiu
pensadores e literatos, como Rainer Maria Rilke, Hermann Hesse
e Paul Celan. O escritor alemão
Thomas Mann imortalizou a cidade em seu livro "A Montanha
Mágica". No passado, cursos acadêmicos em Davos atraíram estudiosos como Albert Einstein,
Martin Heidegger, Wilhelm Pinder e Werner Sombart.
St. Moritz abriga os museus Engadine e o Segantini. O primeiro,
na via dal Bagn (tel. local 81/833-4333), apresenta um retrato fiel
das construções de madeira, instrumentos típicos, sistemas de
aquecimento e outras informações sobre o cotidiano da região.
O Museu Segantini, na via Somplaz (tel. local 81/833-4454, site
www.segantini-museum.ch), é
dedicado ao pintor Giovanni Segantini (1858-1899). O tríptico
"Ser, Passar, Tornar-se" é uma de
suas obras mais conhecidas.
Em Sils-Maria (aldeia localizada
a cerca de 20 minutos de ônibus
de St. Moritz, com um ônibus a
cada hora entre os dois pontos)
viveu o filosofo alemão Friedrich
Nietzsche (1844-1900), a partir de
1879. A casa onde morou foi
transformada num pequeno museu, que exibe parte de seus manuscritos e partituras. Foi ali que
Nietzsche concebeu parte considerável de sua obra, incluindo a
célebre "Assim Falou Zaratustra".
Dizem na Suíça que há uma
"energia especial" em Sils-Maria,
especialmente à entrada, perto de
uma igreja. Caso o museu (tel. local 81/826-5369) esteja fechado, o
centro de turismo local pode ajudar a providenciar uma visita.
A inspiração para uma das
idéias fundamentais de Nietzsche,
a do "eterno retorno", veio de
uma pedra à beira do lago de Silvaplana, perto de St. Moritz. "Naquele dia eu caminhava pelos bosques perto do lago de Silvaplana;
detive-me junto a um imponente
bloco de pedra em forma de pirâmide, pouco distante de Surlei.
Então veio-me esse pensamento",
conta ele em sua autobiografia.
Roosevelt e Churchill
O Museu Alpino (tel. local 27/
967-4100), em Zermatt, reúne a
história das primeiras tentativas
de escalar as montanhas da região. E o primeiro sucesso: quando o inglês Edward Whymper
(1840-1911) chegou ao topo da
Matterhorn (4.478 m) em 14 de
julho de 1865, batendo Jean-Antoine Carrel, seu rival italiano, a
"montanha das montanhas" foi
parcialmente domada. Na descida, quatro homens que o acompanhavam morreram. Uma igreja
local e um belo cemitério prestam
homenagem a eles.
Também nesse museu, há detalhes sobre o veio esportivo de
Winston Churchill e Theodore
Franklin Roosevelt.
Churchill escalou o monte Rosa
(4.634 m) em 1894. Segundo o suíço responsável pelo museu, Churchill decidiu escalar o monte Rosa
em vez da Matterhorn porque o
guia cobrava a metade do preço.
Já Roosevelt escalou a Matterhorn em 1881. Ele escreveu uma
carta à irmã em Zermatt, em 5 de
agosto de 1881, descrevendo a escalada. "Uma das principais razões pelas quais realizei a ascensão da Matterhorn foi para mostrar a alguns alpinistas ingleses
que estavam hospedados no mesmo hotel que um ianque podia escalar tão bem quanto eles."
(PDF)
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