Mostra no CCBB Rio desvela destinos que foram inspiração para o estilista, avesso a viagens

Antonio Scorza - 26.mai.2009/France Presse

No Rio, público observa criações de Yves Saint Laurent inspiradas na China

MARINA DELLA VALLE
DA REPORTAGEM LOCAL

Viagens são tidas como fonte de inspiração para as mais diversas áreas que envolvem a criatividade. No caso do estilista francês Yves Saint Laurent (1936-2008), mesmo viagens imaginárias, por meio de filmes, músicas e livros, renderam inspiração para várias de suas famosas coleções. É o que mostra a exposição "Yves Saint Laurent - Viagens Extraordinárias", em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil Rio até 19 de julho, com 50 figurinos inspirados em diferentes pontos do globo. O detalhe é que o estilista era pouco afeito a viagens.
"É verdade que Yves Saint Laurent viajava muito pouco, não gostava de viajar. Mas ele era uma pessoa de grande cultura, e viajava por meio da literatura, das artes, do cinema, da música e de si mesmo. A maior viagem é dentro da personalidade de Yves Saint Laurent", diz Christophe Coffrant, 45, organizador da mostra.
As criações foram distribuídas de acordo com os locais do mundo que as inspiraram: África (12 figurinos), Ásia (13), Espanha (seis), Índia (seis), Marrocos (sete) e Rússia (seis).
"Um país que ele conhecia bem era Marrocos, onde ele tinha uma casa. Na China, ele passou apenas seis horas", comenta Coffrant.
Além dos figurinos, montados em manequins projetados pelo próprio estilista, a mostra traz 20 fotos, 30 croquis originais e dois vídeos, ambos de 2002. Um deles traz uma entrevista, e o outro, o último desfile de Saint Laurent, em Paris.
Os figurinos abarcam mais de três décadas de produção do estilista. O mais antigo é de 1967, e o mais recente, de 1999.
Acompanham as roupas mais de 240 acessórios. As peças pertencem à Fundação Pierre Bergé -Yves Saint Laurent (www.fondation-pb-ysl.net) Também estão expostas na mostra, que faz parte dos eventos do Ano da França no Brasil, ampliações de cartões que o estilista fazia e enviava a amigos e clientes especiais no final do ano, prática que durou 40 anos.
"Ele mesmo desenhava os cartões, que sempre continham a palavra "love" (amor, em inglês)", explica Coffrant.