São Paulo, quinta-feira, 11 de agosto de 2011

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Qatar é cápsula de cultura árabe em versão baixo teor

Na capital Doha, museu de Arte Islâmica reúne peças desde o século 7 d.C.

Coleção contempla de tudo um pouco, de antigos manuscritos com caligrafia a joias e tapetes suntuosos


MARCELO LEITE
ENVIADO ESPECIAL A DOHA

Com voos diários a partir de São Paulo, muitos brasileiros com destino a Tóquio, Xangai, Cingapura, Pequim, Melbourne ou Beirute conhecem Doha apenas como um aeroporto de conexão. A capital do Qatar, contudo, merece mais que uma corrida às lojas isentas de impostos.
Passar dois a quatro dias no diminuto emirado (reino) é algo a considerar. O turista terá ali uma cápsula de cultura árabe, mas em versão baixos teores.
Trata-se de opção segura e confortável -se o viajante resistir ao calor de até 50°C, no verão, sem recurso à cerveja.

ARTE ISLÂMICA
Doha é uma cidade de carros e para carros, em geral jipões com que os qatarianos atacam as dunas do deserto.
Na capital rolam por avenidas de pavimento impecável, que se expandem a partir da Corniche, via semicircular que contorna a baía, pontilhada de tamareiras. A paisagem, apesar de convidativa, não inclui pedestres.
Na ponta leste da Corniche, pouco além do porto de "dhows" (veleiro típico das Arábias), está a maior joia de Doha: o museu de Arte Islâmica. Inaugurado em 2008, o maciço prédio de linhas retas, cercado de águas verdes e vagamente reminiscente de mesquitas, foi projetado pelo arquiteto sino-americano I.M. Pei (o mesmo das pirâmides do Louvre).
Se o visitante já se impressiona com o exterior, sofre um choque ao entrar no museu. O átrio monumental abriga passarelas metálicas entre os dois andares superiores e uma escadaria dupla, em curva, de tirar o fôlego.
Apesar de imponente, o museu não chega a ser imenso. Pode ser visitado como merece em umas três ou quatro horas. A coleção, das mais importantes do gênero no mundo, reúne peças desde o século 7 d.C., quando surgiu a religião do Islã.
No segundo andar, as galerias se organizam por temas: caligrafia, arte figurativa, motivos e ciência na arte muçulmana. No terceiro, a organização é cronológica, das primeiras dinastias árabes à expansão do islamismo para a península Ibérica e os confins dos impérios da Índia e da Turquia.
Há um pouco de tudo, de antigos manuscritos com caligrafia e iluminuras rebuscadas a joias e tapetes suntuosos. Não será má pedida quebrar a visita em duas partes, com intervalo para um lanche junto à gigantesca rosácea geométrica de pedra negra que cobre o piso do térreo. A inevitável lojinha tem muita coisa bonita e preços salgados.

Museu de Arte Islâmica
ONDE Doha
ENTRADA gratuita
VISITAÇÃO fechado às terças e sextas; nos demais dias, das 10h às 14h. Nas terças e sábados, também funciona das 20h às 23h
site www.mia.org.qa/english



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