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doces rivalidades
Tape o copo caso queira parar de beber
ININTERRUPTO > Quem não coloca a "bolacha" em cima da cerveja a tem renovada pelos garçons como se fosse um refil
DO ENVIADO ESPECIAL
"Pense global, beba local" é o
lema na Renânia do Norte-Westfalia. Esqueça latas e garrafas -que até existem- porque o bom mesmo é o chope.
Cada cervejaria possui a sua
marca, feita no próprio estabelecimento com ingredientes
naturais devidamente regulamentados pelo "Reinheitsgebot", preceito da pureza, datado de 1516, que rege o mercado
alemão. A cerveja é servida tão
logo sai de sua fonte para os
barris e dali para os copos.
Düsseldorf tem dezenas de
cervejarias, Colônia outras tantas. Na Ülrige (Bergerstasse 1)
da capital, Düsselforf, o carro-chefe é a "altbier", que quer dizer cerveja à moda antiga. Forte, amarga, aromática, tem menos gás que as cervejas industrializadas permitem. Que se
beba muito mais copos do que o
recomendável, portanto, sem
qualquer sensação de empanzinamento.
Na cervejaria Früh Am Dom
(Am Hof 12-14), em Colônia, o
tipo "kölsh" é servido em simpáticos copinhos de 200 ml, finos e compridos como tubos de
ensaio ou "flütes" de champanhe. Como é mais leve do que a
"alt" e o sistema de rodízio de
copos costuma ser vertiginoso,
convém ficar atento para a
agradável experiência não desandar em bebedeira.
Refil
Aliás, aqui cabe um parêntese para explicar as regras do
halterocopismo nos dois locais.
O copo de chope funciona como um refil. É automaticamente trocado pelos garçons cada
vez que fica vazio à mesa, a menos que o cliente sinalize que
está satisfeito. E deve fazer isso
colocando a "bolacha" em cima
do copo. Imagem difícil de ver
diante de um alemão.
Segundo Daniel Wolf, 29,
criador do site www.mestre-cervejeiro.com, as duas cervejas são de alta fermentação. "A
"kölsch" normalmente agrada
mais ao brasileiro, por estar entre os dois estilos mais conhecidos no país, o "pilsen" e a "weissbier" [cerveja de trigo]", diz. A
"alt", para Wolf, deve ser degustada, mas é considerada forte
para o gosto brasileiro.
Alcoolismo é um problema
na Alemanha, principalmente
entre os jovens, que costumam
beber até cair de verdade.
Geralmente eles preferem
bebidas adocicadas, como os
"ices". A cerveja, que faz parte
dos hábitos e costumes do país,
costuma ficar de fora das discussões sobre restrições ao
consumo de álcool -o que é,
por si, uma discussão importante. Ela é relativamente barata para os padrões de renda na
Alemanha (um chope varia de
1,5 a 3, ou R$ 3,80 a R$
7,70) e tem um dos mais baixos
impostos sobre bebidas da
União Européia. São mais de
cinco mil marcas em todo o
país.
(SÉRGIO COSTA)
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