São Paulo, quinta-feira, 11 de outubro de 2007

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internacional

Igrejas esculpidas em pedra vermelha levam turistas à Etiópia

Diz a lenda que templos foram talhados com a ajuda de uma equipe de anjos

DA REUTERS

Assim que um estranho se aproxima, o padre Mesganaw Tarkgn veste uma capa, segura um crucifixo e faz pose para a foto. Ele está ali para atender os turistas que visitam um dos mais sagrados locais da Etiópia.
Em vez de bênçãos, os visitantes procuram cenas da vida religiosa nas igrejas talhadas em pedra de Lalibela.
A Etiópia é o segundo mais antigo país cristão do mundo. Diz a lenda que essas igrejas foram cavadas nos séculos 11 e 12 depois que Deus ordenou o rei Lalibela a construir igrejas que o mundo nunca tivesse visto -e despachou uma equipe de anjos para ajudá-lo.
Por séculos, cristãos devotados viajaram a pé ou de burro para ver as igrejas empoleiradas nesses planaltos.
Hoje, minivans que percorrem essas estradas sugerem que um número crescente de turistas descobre o que peregrinos sempre conheceram.
"Estamos testemunhando a revitalização do turismo na Etiópia", afirmou o ministro da Cultura e do Turismo etíope, Mahmoud Dirir.
A Etiópia tem oito pontos tombados como patrimônio da humanidade pela Unesco.
O turismo representa meros 2,5% do PIB do país -fato que o governo está ávido por mudar. Tanto que definiu a meta de atrair um milhão de visitantes por ano até 2010, quadruplicando os números atuais.

Muitos turistas?
Longe de serem uma relíquia morta, as igrejas de Lalibela são lotadas de fiéis diariamente.
Alguns lêem passagens da bíblia em pergaminhos, outros beijam o piso de pedra.
No ano passado, arqueólogos franceses também descobriram o que eles afirmam ser três cidades medievais no coração do reino Shoa, que manteve rotas de comércio que ligavam o planalto cristão aos portos muçulmanos no mar Vermelho entre os séculos 10 e 16.
Mas alguns se preocupam com o impacto do turismo nesses sítios históricos, que passaram séculos intocados.
"Excesso de turistas pode ser perigoso para os monumentos, e também para a percepção do lugar. Se houver muitos turistas, outros não virão", diz Valentina Resente, arquiteta que trabalha em projeto financiado pela Comissão Européia para cobrir cinco igrejas em Lalibela com coberturas provisórias.
Antes de atrair turistas, no entanto, o país precisa de mais hotéis, de melhor estrutura de transportes e de mais bancos, para que os turistas possam trocar sua moeda por birr (1 birr vale R$ 0,20).


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