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internacional
Igrejas esculpidas em pedra vermelha levam turistas à Etiópia
Diz a lenda que templos foram talhados com a ajuda de uma equipe de anjos
DA REUTERS
Assim que um estranho se
aproxima, o padre Mesganaw
Tarkgn veste uma capa, segura
um crucifixo e faz pose para a
foto. Ele está ali para atender os
turistas que visitam um dos
mais sagrados locais da Etiópia.
Em vez de bênçãos, os visitantes procuram cenas da vida
religiosa nas igrejas talhadas
em pedra de Lalibela.
A Etiópia é o segundo mais
antigo país cristão do mundo.
Diz a lenda que essas igrejas foram cavadas nos séculos 11 e 12
depois que Deus ordenou o rei
Lalibela a construir igrejas que
o mundo nunca tivesse visto -e
despachou uma equipe de anjos para ajudá-lo.
Por séculos, cristãos devotados viajaram a pé ou de burro
para ver as igrejas empoleiradas nesses planaltos.
Hoje, minivans que percorrem essas estradas sugerem
que um número crescente de
turistas descobre o que peregrinos sempre conheceram.
"Estamos testemunhando a
revitalização do turismo na
Etiópia", afirmou o ministro da
Cultura e do Turismo etíope,
Mahmoud Dirir.
A Etiópia tem oito pontos
tombados como patrimônio da
humanidade pela Unesco.
O turismo representa meros
2,5% do PIB do país -fato que o
governo está ávido por mudar.
Tanto que definiu a meta de
atrair um milhão de visitantes
por ano até 2010, quadruplicando os números atuais.
Muitos turistas?
Longe de serem uma relíquia
morta, as igrejas de Lalibela são
lotadas de fiéis diariamente.
Alguns lêem passagens da bíblia em pergaminhos, outros
beijam o piso de pedra.
No ano passado, arqueólogos
franceses também descobriram o que eles afirmam ser três
cidades medievais no coração
do reino Shoa, que manteve rotas de comércio que ligavam o
planalto cristão aos portos muçulmanos no mar Vermelho
entre os séculos 10 e 16.
Mas alguns se preocupam
com o impacto do turismo nesses sítios históricos, que passaram séculos intocados.
"Excesso de turistas pode ser
perigoso para os monumentos,
e também para a percepção do
lugar. Se houver muitos turistas, outros não virão", diz Valentina Resente, arquiteta que
trabalha em projeto financiado
pela Comissão Européia para
cobrir cinco igrejas em Lalibela
com coberturas provisórias.
Antes de atrair turistas, no
entanto, o país precisa de mais
hotéis, de melhor estrutura de
transportes e de mais bancos,
para que os turistas possam
trocar sua moeda por birr (1
birr vale R$ 0,20).
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