São Paulo, segunda-feira, 11 de novembro de 2002

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'LA NAVE VÀ'

Após dez anos, turistas estão voltando a Dubrovnik, tombada pela Unesco, que conserva traçado medieval

Bombardeada, cidade renasce para turismo

DO ENVIADO ESPECIAL AO MEDITERRÂNEO

Diante do mar Adriático, quase do lado oposto a Bari, na Itália, o mar que envolve a cidade amuralhada de Dubrovnik, na Croácia, é estupidamente azul.
Bombardeada em 1992, na guerra que pôs fim à Iugoslávia, Dubrovnik está quase restaurada.
Passados dez anos, os turistas estão voltando, mas só de navio. Relativamente isolada -a cidade dista 400 km da capital, Zagreb-, Dubrovnik é visitada por transatlânticos como o Rhapsody, que chega ao Brasil em 14 de dezembro (leia à pág. F10).
Com 55 mil habitantes, a cidade foi tombada pela Unesco em 1979, pois conserva o traçado medieval de quando se chamava Ragusa (o museu marítimo local documenta esse passado).
As unanimidades locais são duas: uma a favor (são Brás, padroeiro da cidade), outra contra (o ex-ditador sérvio Slobodan Milosevic, preso em Haia por crimes contra a humanidade).
A guerra entre sérvios e croatas foi cruenta, calcada na inominável "limpeza étnica", mas a cidade renasceu sob a égide do turismo, que só ocorre até o início de novembro, quando chega o frio.

Relíquias
A muralha de 2 km -que pode ser percorrida a pé- encerra tesouros, como as relíquias do santo padroeiro (mão, cabeça e perna, envoltos em esculturas de ouro), guardados na catedral.
São Brás, figura onipresente em estátuas de palácios, fontes e igrejas, também está retratado num quadro de Ticiano, ao lado de outros santos, com a maquete de Dubrovnik na mão, em óleo do mosteiro dominicano.
Na Stradum, a rua comercial repleta de bares, o dólar é aceito timidamente (1 vale 7,5 kunas), pois o governo tenta forçar o câmbio. O livro "Dubrovnik in War", de Matica Hrvatska, com fotos dos bombardeios, é vendido por 18, uma fortuna para os padrões locais, pois um professor ganha, em média, 350 mensais. (SC)


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