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BONS VELHINHOS
Mobiliário do Paladino conta história de 102 anos
Casa famosa pela omelete de bacalhau conserva até mesmo o relógio que presenciou sua inauguração
DA ENVIADA ESPECIAL
Podia ser parte de uma cidade cenográfica. Tanto que já foi
usado como cenário para novelas, filmes e seriados de época,
como o global "JK" (jk.globo.com). Mas é tudo de verdade. E
bem no centro do Rio.
Ao entrar na Casa Paladino,
nem é preciso saber que o lugar
está rumo ao aniversário de
103 anos para ter a sensação de
que o mobiliário de madeira de
lei, o relógio que marcou o exato minuto da inauguração e as
enormes cristaleiras -tudo
original- têm muita história
para contar.
Como os botequins de antigamente, a casa é uma mistura
de armazém e bar, o que faz
com que uma visita não se restrinja ao tempo de tomar um
chope ou de fazer uma refeição.
Antes de se sentar, perca-se
na loja, logo na entrada. Nas
prateleiras que formam estreitos corredores, garrafas de vinho se empoleiram até o teto.
De R$ 5 a R$ 120, entre portugueses, chilenos e italianos, há
opções para todos os gostos.
Na ala dos petiscos, difícil
sair de lá sem levar para casa
uma latinha de sardinha portuguesa, atum, lula ou polvo. Tudo em conserva, custando R$ 7,
em média. O bacalhau, legítimo, é vendido a R$ 65 o quilo.
Depois de namorar os produtos, garanta uma mesa. "Recebemos de 200 a 300 pessoas
por dia, nos dois ambientes do
bar", conta o sócio Ricardo
Amaro Lorenço, 63, há 32 anos
na Casa Paladino.
A especialidade são as omeletes. A de bacalhau, a de camarão (R$ 13, cada uma) e a mista
(R$ 8) são as que mais saem. "O
pessoal gosta porque é saboroso, o preço é bom e, se a pessoa
não estiver muito esfomeada,
dá pra dois", diz Lorenço. O
chope custa R$ 3.
Na hora de pagar, mais uma
prova de que a casa não é adepta a "modernidades": a loja
aceita um cartão -o Visa. Mas
o bar só aceita pagamento em
dinheiro ou cheque.
CASA PALADINO
Rua Uruguaiana, 224/226, centro;
funciona de segunda a sexta, das 8h
às 12h; aos sábados, das 8h às 12h;
tel.: 0/xx/21/2263-2094
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