São Paulo, quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

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BONS VELHINHOS

Mobiliário do Paladino conta história de 102 anos

Casa famosa pela omelete de bacalhau conserva até mesmo o relógio que presenciou sua inauguração

DA ENVIADA ESPECIAL

Podia ser parte de uma cidade cenográfica. Tanto que já foi usado como cenário para novelas, filmes e seriados de época, como o global "JK" (jk.globo.com). Mas é tudo de verdade. E bem no centro do Rio.
Ao entrar na Casa Paladino, nem é preciso saber que o lugar está rumo ao aniversário de 103 anos para ter a sensação de que o mobiliário de madeira de lei, o relógio que marcou o exato minuto da inauguração e as enormes cristaleiras -tudo original- têm muita história para contar.
Como os botequins de antigamente, a casa é uma mistura de armazém e bar, o que faz com que uma visita não se restrinja ao tempo de tomar um chope ou de fazer uma refeição.
Antes de se sentar, perca-se na loja, logo na entrada. Nas prateleiras que formam estreitos corredores, garrafas de vinho se empoleiram até o teto. De R$ 5 a R$ 120, entre portugueses, chilenos e italianos, há opções para todos os gostos.
Na ala dos petiscos, difícil sair de lá sem levar para casa uma latinha de sardinha portuguesa, atum, lula ou polvo. Tudo em conserva, custando R$ 7, em média. O bacalhau, legítimo, é vendido a R$ 65 o quilo. Depois de namorar os produtos, garanta uma mesa. "Recebemos de 200 a 300 pessoas por dia, nos dois ambientes do bar", conta o sócio Ricardo Amaro Lorenço, 63, há 32 anos na Casa Paladino.
A especialidade são as omeletes. A de bacalhau, a de camarão (R$ 13, cada uma) e a mista (R$ 8) são as que mais saem. "O pessoal gosta porque é saboroso, o preço é bom e, se a pessoa não estiver muito esfomeada, dá pra dois", diz Lorenço. O chope custa R$ 3.
Na hora de pagar, mais uma prova de que a casa não é adepta a "modernidades": a loja aceita um cartão -o Visa. Mas o bar só aceita pagamento em dinheiro ou cheque.

CASA PALADINO
Rua Uruguaiana, 224/226, centro; funciona de segunda a sexta, das 8h às 12h; aos sábados, das 8h às 12h;
tel.: 0/xx/21/2263-2094



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