São Paulo, segunda-feira, 12 de janeiro de 2004

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MADRI MIRA 2012

Construídos na década de 10, o Ritz e o Palace entram nos roteiros também como pontos turísticos

Hotéis remetem turista para o passado

Divulgação
Ritz Madri, cuja obra foi supervisionada pessoalmente por um rei


DA ENVIADA ESPECIAL A MADRI

Aberto em 1910, o hotel Ritz de Madri surgiu de uma saudável dor-de-cotovelo que o rei Alfonso 13 sentia do Ritz de Paris. Ao voltar de uma viagem por diversos países, ele chegou à conclusão de que sua querida Madri merecia, e precisava, ter um hotel à altura do famoso parisiense e ordenou que a construção fosse iniciada.
À beira de se tornar centenário, o hotel tem uma localização mais do que estratégica. Da janela de alguns quartos vê-se o Prado, da de outros, o museu Thyssen-Bornemisza. Alguns minutos de caminhada e chega-se ao Reina Sofía. Já na outra direção, menos de uma dezena de quadras o separam do parque El Retiro.
Mesmo com tantas atrações de peso à sua volta, o hotel continua sendo, em si, uma espécie de ponto turístico. Quem passeia pelos museus da região não perderá nada se parar uns minutinhos para conhecer o Ritz.
Entrar nele é como passar por um túnel do tempo. A fachada engole o visitante em uma daquelas portas rotatórias e o cospe, do lado de dentro, num suntuoso hall que remete a décadas antigas.
Tapeçarias cobrem todo o chão. E para onde se olha há detalhes a serem apreciados. Aliadas à tradição e à prontidão dos funcionários, essas minúcias renderam ao Ritz o título de melhor grande hotel da Forbes.com em 2003. No ano anterior, o estabelecimento foi citado em quatro rankings.

Detalhes tão pequenos
Entre os mimos do hotel, alguns merecem olhar atento.
O banheiro guarda exemplos deles. No toalheiro, há nada menos que cinco tamanhos diferentes de toalhas à disposição do hóspede. As de banho são gigantes. Há toalha de rosto, toalha de mão, toalha que não é felpuda e pequenas toalhas, pouco maiores que uma folha de papel sulfite A4.
Os frascos de xampu, condicionador, gel de banho e loção para o corpo são de vidro e de marcas famosas, como a espanhola Puyg e a italiana Bvlgari. Os produtos da marca italiana usados no hotel são todos feitos com chá verde.
A decoração dos quartos segue o estilo suntuoso. Acima das camas há adornos que lembram as camas dos reis. No armário, um escovão e uma calçadeira de couro esperam serem usados.
À tarde, o hóspede que estiver em seu apartamento presencia a coreografia de quatro camareiros que aspiram o pó, arrumam tudo e trocam as camas em pouquíssimos minutos.
Na mesa do café da manhã, os detalhes continuam saltitando ao redor dos comensais. Saleiro e pimenteiro, suporte de geléia e outros recipientes são de prata.
Para entrar no clima de luxo, escolha um fim de tarde qualquer, emperequite-se com classe e vá ao salão do hotel tomar um chá. Madrilenos ocupam mesas e mesas com xícaras, bolachinhas, vinhos e outras delícias numa happy hour sofisticada, ao som de piano e com o cenário da década de 10.
No verão, o encontro é transferido para o jardim do hotel e torna-se ainda mais concorrido.

Do outro lado da rua
O mérito de ser um hotel que vale uma visita não é só do Ritz. O Palace, erguido em 1912, também recebe turistas interessados em apreciar o seu interior, que conta com um aditivo e tanto: uma enorme cúpula de vidros coloridos. As expressões de surpresa são inevitáveis e, normalmente, a mais óbvia é: "Que lindo!".
(HELOISA LUPINACCI)


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