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TERRA DE PINGÜIM
Navegador está velejando com a mulher e as filhas, duas gêmeas de 8 anos e a caçula, com 5
Férias de verão da família Klink em 2006 é na Antártida
JULIANA DORETTO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Se ao ler o Turismo de hoje você pensar que é preciso ser aventureiro para ir à Antártida, imagine então levar com você sua mulher e seus filhos pequenos. Pois
neste momento, em que você lê
esse texto, o navegador Amyr
Klink, 50, está a bordo de um veleiro, rumo ao continente gelado,
junto de sua mulher, Marina, 41, e
das filhas gêmeas Tamara e Laura,
8, e Marina, 5.
Essa é a décima sexta vez que
Klink visita a Antártida -Marina
também já fez um cruzeiro por lá
-, mas é a primeira viagem em
que as filhas estarão presentes. "A
Antártida faz parte do cotidiano
da família. Desde que elas nasceram, pensávamos em levá-las para lá. A condição era apenas que
elas aprendessem a nadar primeiro, por uma questão de prudência", disse Marina à Folha na véspera de embarcar para Ushuaia
(Argentina), onde iria encontrar o
marido, na quinta passada, dia 5.
Klink já havia partido de Paraty
no dia 21/12, no veleiro Paratii 2,
que foi desenhado e construído
por ele mesmo. A família ficará 35
dias velejando, explorando a península da Antártida.
Empresas desenvolveram vestimentas especiais para as meninas,
como capas térmicas e roupas impermeáveis, para que elas possam
caminhar no gelo e na água. Mas,
além desse cuidado, os preparativos da viagem foram os mesmos
para uma tripulação de adultos:
ou seja, prever que equipamentos, suprimentos e medicamentos
podem ser necessários em uma
estada de mais de um mês em
águas geladas.
Klink já realizou duas voltas ao
mundo circunavegando em torno
da Antártida. A primeira, em
1998, durante 79 dias e sozinho; a
segunda, entre 2003 e 2004, em
uma viagem de cinco meses (a
volta ao redor da Terra foi feita
em 76 dias) e com uma tripulação
de cinco pessoas.
Férias
Se divertir as crianças durante
as férias de janeiro é tarefa árdua
para os pais, na viagem dos Klink
ninguém vai ficar entediado. As
meninas terão de ajudar nas tarefas cotidianas, como lavar a louça
ou arrumar a cama. "No barco, há
um conforto relativo, com aquecedor, freezer e geladeira. Podemos ficar quatro, seis meses sem
nos reabastecer de água."
O veleiro não será novidade para Tamara, Laura e a pequena Marina, que já viajaram pela costa
brasileira com os pais em outros
anos. "Agora, em vez de passar as
férias em Paraty, vamos para a
Antártida", completa Marina.
E por que levar as crianças para
uma terra tão longínqua? "Queremos que elas vejam o mundo como ele já foi um dia, ou seja, sem
ou quase sem a interferência do
homem", responde a mãe das
meninas Klink.
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