São Paulo, quinta-feira, 12 de janeiro de 2006

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TERRA DE PINGÜIM

Navegador está velejando com a mulher e as filhas, duas gêmeas de 8 anos e a caçula, com 5

Férias de verão da família Klink em 2006 é na Antártida

JULIANA DORETTO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Se ao ler o Turismo de hoje você pensar que é preciso ser aventureiro para ir à Antártida, imagine então levar com você sua mulher e seus filhos pequenos. Pois neste momento, em que você lê esse texto, o navegador Amyr Klink, 50, está a bordo de um veleiro, rumo ao continente gelado, junto de sua mulher, Marina, 41, e das filhas gêmeas Tamara e Laura, 8, e Marina, 5.
Essa é a décima sexta vez que Klink visita a Antártida -Marina também já fez um cruzeiro por lá -, mas é a primeira viagem em que as filhas estarão presentes. "A Antártida faz parte do cotidiano da família. Desde que elas nasceram, pensávamos em levá-las para lá. A condição era apenas que elas aprendessem a nadar primeiro, por uma questão de prudência", disse Marina à Folha na véspera de embarcar para Ushuaia (Argentina), onde iria encontrar o marido, na quinta passada, dia 5.
Klink já havia partido de Paraty no dia 21/12, no veleiro Paratii 2, que foi desenhado e construído por ele mesmo. A família ficará 35 dias velejando, explorando a península da Antártida.
Empresas desenvolveram vestimentas especiais para as meninas, como capas térmicas e roupas impermeáveis, para que elas possam caminhar no gelo e na água. Mas, além desse cuidado, os preparativos da viagem foram os mesmos para uma tripulação de adultos: ou seja, prever que equipamentos, suprimentos e medicamentos podem ser necessários em uma estada de mais de um mês em águas geladas.
Klink já realizou duas voltas ao mundo circunavegando em torno da Antártida. A primeira, em 1998, durante 79 dias e sozinho; a segunda, entre 2003 e 2004, em uma viagem de cinco meses (a volta ao redor da Terra foi feita em 76 dias) e com uma tripulação de cinco pessoas.

Férias
Se divertir as crianças durante as férias de janeiro é tarefa árdua para os pais, na viagem dos Klink ninguém vai ficar entediado. As meninas terão de ajudar nas tarefas cotidianas, como lavar a louça ou arrumar a cama. "No barco, há um conforto relativo, com aquecedor, freezer e geladeira. Podemos ficar quatro, seis meses sem nos reabastecer de água."
O veleiro não será novidade para Tamara, Laura e a pequena Marina, que já viajaram pela costa brasileira com os pais em outros anos. "Agora, em vez de passar as férias em Paraty, vamos para a Antártida", completa Marina.
E por que levar as crianças para uma terra tão longínqua? "Queremos que elas vejam o mundo como ele já foi um dia, ou seja, sem ou quase sem a interferência do homem", responde a mãe das meninas Klink.


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