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PACÍFICO NOROESTE
"Olímpico", chef vê jogos de inverno com apetite
Há 19 anos na cozinha do hotel Fairmont, Robert Le Crom fala sobre Olimpíada e paixão por Vancouver
DO ENVIADO ESPECIAL A VANCOUVER
Um canadense nascido na
França. Assim se define o chef
do Fairmont Hotel Vancouver, Robert
Le Crom, 61. Orgulhoso de comandar mais de 60 pessoas na
cozinha do hotel em que trabalha há 19 anos, Le Crom deu
uma pausa para falar à Folha
sobre a experiência de ter cozinhado para atletas canadenses
nos Jogos Olímpicos de Beijing
em 2008, sobre sua paixão pela
cozinha e por Vancouver.
(SC)
FOLHA -Como foi em Beijing?
ROBERT LE CROM - Foi fantástico.
Cozinhar numa olimpíada significa ser o responsável por dar
ao atleta tudo aquilo de que ele
precisa para ter um bom desempenho. No primeiro dia,
convidamos os atletas e técnicos que já estavam lá, umas 50
pessoas, para nos dizer o que
precisaríamos mudar nos pratos. Eles comeram e disseram:
"Nada". Nós não mudamos o
que fazíamos, e essa foi a melhor parte. Todos ficamos muito surpresos. Fiz muita massa,
batata, arroz, frango. Eles precisam de bastante carboidrato,
porque queimam rápido, e de
proteína. Lembro de alguns
que comiam muito, como o
pessoal do polo aquático. Eram
uns 20, mas comiam como 70!
FOLHA - Quanto tempo você ficou
na China? Gostou de lá?
LE CROM - Um mês. Gostei muito. Para mim, a melhor coisa foi
ir o mercado. Intrigante ver alguns frutos do mar e não saber
o que eram. Quero voltar lá
com a minha mulher. E quando
eu for, quero experimentar.
FOLHA - O que você espera da
Olimpíada de Inverno de 2010?
LE CROM - Esse evento vai colocar Vancouver no mapa. É uma
cidade que precisa ser descoberta. Quando as pessoas virem
na televisão, pensarão: "Uau,
que cidade! Quero ir pra lá".
FOLHA - Qual é seu prato preferido?
LE CROM - Lagosta. Uso a lagosta
viva e tempero com azeite, cebola, tomate e pimenta. Quando está muito cara, escolho caranguejo.
FOLHA - Como é trabalhar em um
hotel tão tradicional?
LE CROM - Estou trabalhando
aqui há 19 anos. É um lugar
muito especial, que valoriza os
profissionais e os hóspedes.
Porque, no final do dia, toda decisão que você tomar terá a ver
com aquilo que for melhor para
o cliente, para o hóspede. Isso é
o mais importante. E isso é o
que Fairmont faz. Um hotel fenomenal, parte da história do
Canadá, do tempo da CP (referindo-se à ferrovia Canadian
Pacific).
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