Local promove cena curiosa: cavalos, trem e avião, em diferentes planos, disputam a atenção do público

DA ENVIADA ESPECIAL A BUENOS AIRES

Depois de um passeio relax pela Costanera Sur, para completar um dia de atividades ao ar livre passe no hotel e se arrume para ser devolvido à face elegante tão amada da capital argentina. Pode exagerar na produção, porque o destino é o hipódromo de Palermo, cravado na porção "vieja" do bairro, "créme de la créme".
O ambiente é digno dos grandes hipódromos. Escadarias, mármore, bronze. Tudo nos trinques. Nos dias de páreo, o hipódromo, inaugurado em 1876, fica cheio de gente. Para saber quando tem corrida, entre na seção calendário do site www.palermo.com.ar.
Logo na entrada, duas grandes escadarias dominam o saguão. A não ser que você queira ir ao banheiro -eles ficam à esquerda das escadas-, suba os degraus imediatamente. Ao fim da escalada, você dá de cara com a pista, os jardins as mesas em que garçons servem chá a famílias inteiras, com os cavalos e os jóqueis.
Mas por que subir as escadas tão de sopetão? É porque debaixo delas funciona um cassino com máquinas de caça-níqueis que estraga um pouco a atmosfera aristocrática.

Linhas cruzadas
Atrás da pista em que os cavalos correm, há uma linha de trem. E atrás da linha de trem fica um aeroporto, o Aeroparque Jorge Newbery. Por vezes, acontece um encontro de meios de transporte: no primeiro plano, passam os cavalos, da esquerda para a direita; no segundo, o trem, da direita para a esquerda; no último, um avião decola.
Ao final dos páreos, um curioso fenômeno acontece na saída do hipódromo. Uma quilométrica fila se forma para pegar táxi. Durante 30 minutos, a reportagem da Folha não viu uma pessoa sequer sair dali usando qualquer outro meio de transporte que não fosse o táxi.
Cordialmente, senhoras e senhores em "tenue de ville" -traje de passeio- aguardavam o porteiro do hipódromo acenar indicando a chegada de mais um veículo. (HL)

HIPÓDROMO DE PALERMO