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Todo dia é de festa em Salvador
DA ENVIADA ESPECIAL
Todo dia é de festa nos terreiros
de Salvador, já que cada dia da semana é dedicado a um orixá.
Segunda-feira é dia de Exu, que
cuida das encruzilhadas e da comunicação entre humanos e orixás, e também de Omolu (são Lázaro, no sincretismo religioso).
Omolu tem o rosto coberto por
uma máscara de palha porque teve varíola. Orixá da saúde e da enfermidade e responsável por abrir
os caminhos na vida das pessoas,
ele recebe pipocas como oferenda, já que, na cultura do candomblé, esse alimento abre caminhos.
Às segundas, na igreja de São Lázaro, as oferendas na missa também são feitas com pipoca.
Terça é dia de Ogum, o orixá da
guerra e do ferro. As oferendas a
ele são feitas em estradas, onde ele
passou a viver em punição por ter
cometido incesto com a mãe. As
oferendas a Ogum têm, normalmente, axoxô, comida feita com
milho amarelo cozido com coco.
Iansã e Xangô são festejados às
quartas. Xangô é o orixá do trovão e Iansã, da tempestade, além
de ser dona dos eguns, espíritos
antepassados. Ambos foram casados. Quinta é dedicado a Oxóssi, que cuida da selva, das matas e
das florestas. Nas oferendas a ele,
encontram-se galinhas-d'angola e
feijão-fradinho torrado.
Sexta os terreiros de Salvador ficam em silêncio, pois é dia de
Oxalá (Senhor do Bomfim, no
sincretismo religioso). Em respeito a ele, que é o maior dos orixás,
não se bate em terreiro às sextas.
As pessoas se vestem de branco, a
cor de Oxalá, e, em algumas casas,
comem-se só comidas brancas.
Oxum e Iemanjá são celebrados
aos sábados. Mas o maior festejo a
Iemanjá é mesmo em 2 de fevereiro, quando, na praia do Rio Vermelho, seus devotos se reúnem
para saudá-la, oferecendo, em
barquinhos deixados no mar,
perfumes, flores e espelhos.
Domingo é dia de Orunmilá ou
Ifá, orixá dos búzios.
Boa Morte em agosto
A cidade de Cachoeira, a 121 km
de Salvador, é considerada o centro do candomblé no Brasil. No
mês de agosto, fiéis se reúnem na
cidade para a festa da Boa Morte,
que acontece na primeira quinzena do mês, em homenagem a
Nossa Senhora da Boa Morte.
A festa é uma boa oportunidade
para conhecer melhor a cultura
negra e presenciar os rituais do
candomblé.
(HHL)
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