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No Brasil, 0,50% das pessoas têm raízes sírias
Visita de d. Pedro 2º impeliu a imigração
SILVIO CIOFFI
EDITOR DE TURISMO
Devem ser mais de 3 milhões os descendentes de sírios no país, a maioria de origem cristã maronita -mas
também há judeus sefaraditas-, muitos vindos ao Brasil
no início do século 20.
Humanista e homem
adiante de seu tempo, d. Pedro 2º esteve na Europa, na
América do Norte, no Norte
da África e no Oriente Médio.
Em 1876, visitando a Síria, o
Líbano e a Palestina, abriu o
caminho para a vinda desses
povos ao Brasil.
Antes disso, já no final do
século 19, alguns imigrantes
sírios se instalaram pioneiramente na Amazônia trabalhando como mascates, vendendo tecidos e mercadorias
à época do ciclo da Borracha.
Em números absolutos, ao
longo de cem anos, de 1872 a
1972, 5,3 milhões de imigrantes de todo o mundo se estabeleceram no Brasil. Registros oficiais contabilizam
17.275 sírios-libaneses entre
os que chegaram pelo porto
de Santos de 1908 a 1936.
Um trabalho de 1998, publicado pelo IBGE, estimava
que os brasileiros de origem
sírio-libanesa correspondiam, naquele ano, a 0,50%
da população total do país.
HISTÓRIA ATRIBULADA
Originalmente parte do
Império Otomano, a atual
República Árabe Síria tem
uma área de 185.180 km2 e
uma população de 22,5 milhões de habitantes.
Fazendo fronteira com o
Líbano, o mar Mediterrâneo,
a Turquia, o Iraque, a Jordânia e Israel, a Síria encerra cidades ancestrais -e até rivais-, Damasco e Aleppo.
As fronteiras sírias começaram a ser desenhadas após
o fim do Império Otomano,
que, liderado pelos turcos
muçulmanos, se desagregou
politicamente ao fim da Segunda Guerra (1914-1918).
Os turcos-otomanos eram
aliados dos alemães, que levaram a pior no conflito
mundial, e, então, os sírios
de origem cristã maronita,
que viviam tanto em Damasco como em Aleppo, passaram a ser perseguidos.
O mesmo aconteceu com
os judeus que viviam em
Aleppo há séculos.
Ambos tiveram que emigrar para países como a França, os EUA e o Brasil.
A Síria muçulmana tal como a conhecemos hoje foi
criada em 1946, sob intervenção da França, para ser uma
República parlamentar.
Depois de 1949, uma sucessão de golpes de Estado e
ditaduras fizeram com que os
cristãos maronitas encontrassem refúgio em Beirute,
no Líbano, num movimento
que começou após a criação
do Estado de Israel.
O atual presidente Bahsar
al Assad (filho do ditador anterior, Hafez al Assad, do partido Baath), foi reconduzido
ao poder por um referendo,
em 2007, onde obteve "esmagadores" 97,61% dos votos.
CONTRIBUIÇÃO NOTÁVEL
Sírios e libaneses que para
cá vieram desde logo edificaram hospitais que são referência e formaram associações culturais e esportivas.
Inúmeros dos seus descendentes se destacam como
médicos, advogados, empresários, políticos, artistas, esportistas e intelectuais.
Se estabeleceram em São
Paulo, Minas Gerais, Rio, Mato Grosso do Sul, Goiás e Rio
Grande do Sul, escrevendo,
com seu trabalho, uma das
mais belas páginas da história brasileira.
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