São Paulo, segunda-feira, 13 de setembro de 2004

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161 KM DE SP

Santo Antônio do Pinhal, imune à inundação de turistas, se coloca como alternativa na serra da Mantiqueira

Vizinha rivaliza com Campos do Jordão

ANA PAULA DE OLIVEIRA
ENVIADA ESPECIAL A SANTO ANTÔNIO DO PINHAL (SP)

No inverno, é o retiro dos paulistas. A gastronomia e a hotelaria, de ótimo padrão, agradam turistas. Não, não é Campos do Jordão, mas uma de suas vizinhas, Santo Antônio do Pinhal (161 km a nordeste de São Paulo), tida hoje como um refúgio aos que já se cansaram do fervor e da badalação de Campos.
A cerca de 15 km da vizinha famosa, Santo Antônio deixa de ser apenas cidade-dormitório para virar a atração principal para quem procurava em Campos a calma e pacata Suíça brasileira.
O lazer e a infra-estrutura no município de aproximadamente 8.000 habitantes não deixam a desejar. Não é mais necessário dar um pulo em Campos para tornar o final de semana completo, como há alguns anos se fazia.
Santo Antônio tem tudo e ainda permanece uma cidade inatingida pelo modismo comercial que todo inverno sobe a serra e leva filiais do comércio paulistano.
Isso porque quem hoje vai a Campos em julho tem de enfrentar um trânsito que está em pé de igualdade com o da metrópole paulista, sem contar a superlotação dos hotéis e os altos preços do comércio. Em Santo Antônio, que se resume a uma rua principal, reina a tranqüilidade e é possível encontrar boa oferta de artesanato local e gastronomia nativa.
Exemplo disso é o restaurante Picanha e Pasta. Uma picanha -chamada de Birro Birro- sai por R$ 20. Outra boa pedida é a casquinha de truta (R$ 8), melhor ainda na versão grelhada com amêndoas (R$ 19). São delícias com toques serranos.

Dupla de dias
A aposta da cidade está nos roteiros curtos, elaborados para quem quer fugir de São Paulo, mas tem apenas um final de semana para se dar a esse luxo.
E dois dias são de fato suficientes para conhecer as atrações principais e ainda praticar pelo menos uma aventura (veja abaixo dicas de atividades radicais e de ecoturismo).
Um dos roteiros relâmpagos é o que percorre as fontes tidas como medicinais. A Santo Antônio, por exemplo, tem, segundo os guias, água fracamente radioativa, muito pura e de agradável sabor. Só que o local está um pouco abandonado e sujo. Assim, poucos se arriscam a beber a água da fonte.
No entanto, há outras em melhor estado de conservação. A Santo Estevão é classificada como pura e ferruginosa. Já a água que jorra da São Geraldo é tida como pura, leve e magnesiana.
Outra atração é a paróquia de Santo Antônio do Pinhal, fundada em 1836, quando o local ainda era uma vilarejo no qual mineradores que vinham de Minas Gerais paravam para descansar durante seu percurso. O povoado seria oficialmente fundado em 1860, mas somente cem anos depois conseguiria a emancipação política, tornando-se assim município.
As cachoeiras são outro capítulo à parte. A do Lageado é a mais visitada por turistas -se você não gosta de lugares freqüentados por muitas pessoas, fuja, pois é possível encontrar uma turma fazendo churrasco ali quase todos os finais de semana.
Neste caso, opte pela cachoeira do Cassununga, bem afastada do centro (cerca de 15 km). É mais tranqüila, e a paisagem costuma ser citada como cenário ideal para um passeio romântico.
Para finalizar, vale a pena separar um tempinho para ir às compras. O lugar para isso é a estrada de ferro Campos do Jordão - Santo Antônio do Pinhal, um dos pontos mais assediados pelos visitantes. O desafio ali é conseguir tirar uma foto dos bondinhos ou da arquitetura da estação sem ninguém ao fundo.

Telefones úteis - Prefeitura: tel. 0/ xx/ 12/266-1112; Posto médico: tel. 0/xx/ 12/266-1119; Polícia Militar: tel. 190


Ana Paula de Oliveira se hospedou a convite da Pousada do Cedro.

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