São Paulo, quinta-feira, 13 de outubro de 2005

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CURITIBA À MESA

Restaurante com 1.400 mesas e 4.645 cadeiras, em Santa Felicidade, tem o título de o maior da América

Madalosso serve comida às toneladas

JULIANA DORETTO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM CURITIBA

Parece mais uma festa de uma família gigantesca, em que tios, sobrinhos e primos que nunca se viram vão se sentando à mesa. Mas você não reconhecerá nenhum parente, porque não é uma reunião de clã, e sim um restaurante, que, aliás, foi denominado pelo "Guinness Book", o livro dos recordes, o maior das Américas, com (incrível) capacidade para 4.645 comensais.
Na principal avenida do italiano bairro de Santa Felicidade, o Madalosso surge como uma atemporal imitação de castelo medieval, com entrada congestionada, cheia de carros (o estacionamento comporta até 1.200 veículos). Dentro, esconde-se uma multidão de garçons que circula alucinadamente, carregando pratos, bandejas e copos por dez salões.
A confusão dos 130 homens de colete vermelho estende-se à tentativa de conseguir uma mesa (ao todo, são 1.400). Há atendentes com boa vontade, mas incapazes de controlar os pedidos. Por isso, entre, dê seu nome e não saia de perto enquanto os sortudos são chamados por um microfone. Um minuto longe pode significar nova entrada na fila. Para aquietar ânimos, servem-se aperitivos.
Uma vez instalado, esqueça o cardápio: é rodízio de 15 pratos, entre eles, asa de frango, polenta frita, frango à passarinho, lasanha, espaguete, risoto... Claro que a cozinha para batalhões não segue muito os preceitos da alta gastronomia, e o sabor, em muitas receitas, deixa a desejar. Mas, se a excelência da comida não compensa a visita, o frenesi surpreende quem está ali pela primeira vez.
A cada meia hora uma família entoa um parabéns. Mesas imensas são ocupadas por grupos de agências de turismo. No canto, um casal fica noivo, rodeado de convidados. No outro, uma criança chora. Vez ou outra, um garçom derruba uma das dez tigelas que leva nos braços; rapidamente, uma faxineira recolhe tudo, e não há rastro da sujeira.
Um "passeio" realizado por poucos é a visita à cozinha. Basta pedir a um garçom, esperar um pouco e ficar quieto, num canto, para fitar uma verdadeira linha de produção, cuja matéria-prima são panelões, fogareiros e macarrão. Espanta a quantidade de comida restante nos pratos, que tem de ser jogada fora, e surge o arrependimento por não ter comido aquele último pedaço de polenta.
Defronte ao Madalosso está o primeiro restaurante aberto pela família de imigrantes, em 1963, o Velho Madalosso (de porte bem menor do que o mais recente). O gigante, inaugurado em 1970, já começou não muito modesto: tinha capacidade para 400 pessoas.


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