|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CURITIBA À MESA
Restaurante com 1.400 mesas e 4.645 cadeiras, em Santa Felicidade, tem o título de o maior da América
Madalosso serve comida às toneladas
JULIANA DORETTO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM CURITIBA
Parece mais uma festa de uma
família gigantesca, em que tios,
sobrinhos e primos que nunca se
viram vão se sentando à mesa.
Mas você não reconhecerá nenhum parente, porque não é uma
reunião de clã, e sim um restaurante, que, aliás, foi denominado
pelo "Guinness Book", o livro dos
recordes, o maior das Américas,
com (incrível) capacidade para
4.645 comensais.
Na principal avenida do italiano
bairro de Santa Felicidade, o Madalosso surge como uma atemporal imitação de castelo medieval,
com entrada congestionada,
cheia de carros (o estacionamento
comporta até 1.200 veículos).
Dentro, esconde-se uma multidão de garçons que circula alucinadamente, carregando pratos,
bandejas e copos por dez salões.
A confusão dos 130 homens de
colete vermelho estende-se à tentativa de conseguir uma mesa (ao
todo, são 1.400). Há atendentes
com boa vontade, mas incapazes
de controlar os pedidos. Por isso,
entre, dê seu nome e não saia de
perto enquanto os sortudos são
chamados por um microfone.
Um minuto longe pode significar
nova entrada na fila. Para aquietar
ânimos, servem-se aperitivos.
Uma vez instalado, esqueça o
cardápio: é rodízio de 15 pratos,
entre eles, asa de frango, polenta
frita, frango à passarinho, lasanha, espaguete, risoto... Claro que
a cozinha para batalhões não segue muito os preceitos da alta gastronomia, e o sabor, em muitas
receitas, deixa a desejar. Mas, se a
excelência da comida não compensa a visita, o frenesi surpreende quem está ali pela primeira vez.
A cada meia hora uma família
entoa um parabéns. Mesas imensas são ocupadas por grupos de
agências de turismo. No canto,
um casal fica noivo, rodeado de
convidados. No outro, uma criança chora. Vez ou outra, um garçom derruba uma das dez tigelas
que leva nos braços; rapidamente,
uma faxineira recolhe tudo, e não
há rastro da sujeira.
Um "passeio" realizado por
poucos é a visita à cozinha. Basta
pedir a um garçom, esperar um
pouco e ficar quieto, num canto,
para fitar uma verdadeira linha de
produção, cuja matéria-prima
são panelões, fogareiros e macarrão. Espanta a quantidade de comida restante nos pratos, que tem
de ser jogada fora, e surge o arrependimento por não ter comido
aquele último pedaço de polenta.
Defronte ao Madalosso está o
primeiro restaurante aberto pela
família de imigrantes, em 1963, o
Velho Madalosso (de porte bem
menor do que o mais recente). O
gigante, inaugurado em 1970, já
começou não muito modesto: tinha capacidade para 400 pessoas.
Texto Anterior: Nordeste 2: Costa do Sauípe lança Rodeio Festival em 2006 Próximo Texto: Feiras carregam sotaques e sabores Índice
|