São Paulo, quinta-feira, 13 de outubro de 2005

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Feiras carregam sotaques e sabores

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O nome é Ucrânia, mas lá chegam sabores do mundo todo. A praça, no bairro Bigorrilho, ganha cheiros e cores irresistíveis nas noites de sexta-feira, quando vira palco de uma feira gastronômica, a partir do fim da tarde.
Difícil apenas é escolher o que comer -claro que ninguém fica num prato só, mas é impossível provar toda a variedade. Pode-se ir da Polônia, com o pierogi -massa cozida, recheada com batata e ricota e servida com molho de calabresa ou champignon; R$ 3,50, a porção-, ao México, com tacos (R$ 3,50). Faz-se escala na Suíça, com um tipo de panqueca de batata, que recebe diferentes recheios (R$ 6), até retornar ao Brasil e aos nossos pastéis (R$ 1,30). Fazem parte ainda do roteiro empanadas, trufas, bolachas amanteigadas, milho-verde, acarajé e vatapá, vendidos por imigrantes ou seus descendentes, erradicados na capital paranaense.
Para quem perdeu a comilança da sexta, o bairro Batel oferece uma segunda chance. Na rua Carneiro Lobo, das 12h às 21h, há uma espécie de feira da Ucrânia menor, com algumas das barraquinhas que tomaram a praça no dia anterior.

Quitute com história
No domingo, as guloseimas migram para o largo da Ordem, no bairro de São Francisco, das 9h às 14h, e ganham a companhia de artesãos, pintores e escultores, que exibem obras sob lonas amarelas.
Enquanto degustam-se balas de coco e uvas cobertas com chocolate, crianças grudam os ouvidos na banca do contador Hélio Leites, que inventa histórias a partir de brinquedos feitos por ele com sucata (em média, R$ 50). Assim, de um sapato, surge um menino, de uma caixinha, uma bailarina.
Ao lado, a setuagenária Efigenia Rolin conta seus causos, tendo nas mãos bonecas e outros objetos que ela cria com lixo. É preciso ficar atento para entender os enredos da lendária figura de Curitiba, que parece caminhar sobre a barreira da razão: nem tudo faz sentido, e, no meio da contação, ela deita e rola no chão. Fotos, ela permite, mas "tem que ter uma ajudinha depois". Os instrumentos com os quais conduz suas histórias estão à venda. (JD)


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