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Feiras carregam sotaques e sabores
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O nome é Ucrânia, mas lá chegam sabores do mundo todo. A
praça, no bairro Bigorrilho, ganha
cheiros e cores irresistíveis nas
noites de sexta-feira, quando vira
palco de uma feira gastronômica,
a partir do fim da tarde.
Difícil apenas é escolher o que
comer -claro que ninguém fica
num prato só, mas é impossível
provar toda a variedade. Pode-se
ir da Polônia, com o pierogi
-massa cozida, recheada com
batata e ricota e servida com molho de calabresa ou champignon;
R$ 3,50, a porção-, ao México,
com tacos (R$ 3,50). Faz-se escala
na Suíça, com um tipo de panqueca de batata, que recebe diferentes
recheios (R$ 6), até retornar ao
Brasil e aos nossos pastéis (R$
1,30). Fazem parte ainda do roteiro empanadas, trufas, bolachas
amanteigadas, milho-verde, acarajé e vatapá, vendidos por imigrantes ou seus descendentes, erradicados na capital paranaense.
Para quem perdeu a comilança
da sexta, o bairro Batel oferece
uma segunda chance. Na rua Carneiro Lobo, das 12h às 21h, há
uma espécie de feira da Ucrânia
menor, com algumas das barraquinhas que tomaram a praça no
dia anterior.
Quitute com história
No domingo, as guloseimas migram para o largo da Ordem, no
bairro de São Francisco, das 9h às
14h, e ganham a companhia de artesãos, pintores e escultores, que
exibem obras sob lonas amarelas.
Enquanto degustam-se balas de
coco e uvas cobertas com chocolate, crianças grudam os ouvidos
na banca do contador Hélio Leites, que inventa histórias a partir
de brinquedos feitos por ele com
sucata (em média, R$ 50). Assim,
de um sapato, surge um menino,
de uma caixinha, uma bailarina.
Ao lado, a setuagenária Efigenia
Rolin conta seus causos, tendo
nas mãos bonecas e outros objetos que ela cria com lixo. É preciso
ficar atento para entender os
enredos da lendária figura de Curitiba, que parece caminhar sobre
a barreira da razão: nem tudo faz
sentido, e, no meio da contação,
ela deita e rola no chão. Fotos, ela
permite, mas "tem que ter uma
ajudinha depois". Os instrumentos com os quais conduz suas histórias estão à venda.
(JD)
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