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INVASÃO DE PRIVACIDADE
Polêmico, scanner corporal que revela contorno íntimo do viajante já é usado em 19 terminais nos EUA
Aumento de revista pessoal nas viagens gera desconforto
DA REPORTAGEM LOCAL
Muito se fala das novas regras de segurança nos aeroportos desde a tentativa frustrada
de atentado em voo da Delta
entre Amsterdã e Detroit no
dia de Natal. Mas, pelo menos
até agora, pouco é sentido por
quem viaja a partir do Brasil.
Por enquanto, valem os critérios anunciados pela TSA
(Transportation Security Administration). Esses critérios
foram divulgados na primeira
semana de janeiro.
Continuam na dura rotina do
passageiro a inspeção com detector de metais e a atenção às
substâncias líquidas ou em gel.
Uma mudança na norma vale
para quando o avião sobrevoa o
território norte-americano.
Nesse momento, não será mais
possível checar o mapa de GPS
nas telinhas da aeronave.
Uma hora antes do pouso, a
tripulação pode pedir para que
os passageiros não saiam dos
assentos -nem para ir ao banheiro- e para que não tenham nada no colo, incluindo
cobertores.
Segundo viajantes que foram
neste mês aos EUA e à Europa,
consultados pela Folha na volta a São Paulo (leia na pág. F6),
a primeira medida já começou
a ser adotada. O mesmo não
aconteceu com a segunda. Os
passageiros puderam sair dos
assentos normalmente.
Questionadas sobre o que
afetará o comportamento dos
viajantes por aqui em relação
às novas medidas de segurança,
as companhias aéreas dizem
apenas que seguirão as orientações das autoridades.
Medidas rígidas
Para o brasileiro Luiz Moura
Jr., vice-presidente US Travel
Association, órgão que congrega a indústria do turismo nos
EUA, a tendência é que a checagem, mesmo de passageiros
saídos do Brasil -país fora do
"grupo de risco"-, aumente.
"Haverá checagem para todos,
independentemente da nacionalidade, inclusive para os próprios americanos."
Sobre as novas tecnologias de
inspeção, como o constrangedor scanner corporal - que
mostra detalhes íntimos da silhueta-, ele acredita que serão
adotadas em todos os aeroportos, não importando o destino.
Para o norte-americano Roger Dow, presidente e CEO da
mesma US Travel Association,
"nada menos que a viagem
mais segura é aceitável para um
país que recebe 60 milhões de
visitantes internacionais/ano,
cuja metade chega de avião".
O scanner corporal foi objeto
de uma pesquisa de opinião publicada anteontem pelo jornal
"USA Today", que concluiu que
78% dos cidadãos nos EUA
aprovam a sua utilização.
Associações de direitos humanos se manifestam contra o
scanner corporal e alegam violação de privacidade. Nesta semana, aeroportos da Europa
foram palco de protestos. Outro equipamento que deve ser
mais usado é o detector de traços, capaz de indicar vestígios
de explosivos e drogas no corpo
e nas roupas do passageiro.
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