São Paulo, quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

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INVASÃO DE PRIVACIDADE
Polêmico, scanner corporal que revela contorno íntimo do viajante já é usado em 19 terminais nos EUA

Aumento de revista pessoal nas viagens gera desconforto

DA REPORTAGEM LOCAL

Muito se fala das novas regras de segurança nos aeroportos desde a tentativa frustrada de atentado em voo da Delta entre Amsterdã e Detroit no dia de Natal. Mas, pelo menos até agora, pouco é sentido por quem viaja a partir do Brasil.
Por enquanto, valem os critérios anunciados pela TSA (Transportation Security Administration). Esses critérios foram divulgados na primeira semana de janeiro.
Continuam na dura rotina do passageiro a inspeção com detector de metais e a atenção às substâncias líquidas ou em gel.
Uma mudança na norma vale para quando o avião sobrevoa o território norte-americano. Nesse momento, não será mais possível checar o mapa de GPS nas telinhas da aeronave.
Uma hora antes do pouso, a tripulação pode pedir para que os passageiros não saiam dos assentos -nem para ir ao banheiro- e para que não tenham nada no colo, incluindo cobertores.
Segundo viajantes que foram neste mês aos EUA e à Europa, consultados pela Folha na volta a São Paulo (leia na pág. F6), a primeira medida já começou a ser adotada. O mesmo não aconteceu com a segunda. Os passageiros puderam sair dos assentos normalmente.
Questionadas sobre o que afetará o comportamento dos viajantes por aqui em relação às novas medidas de segurança, as companhias aéreas dizem apenas que seguirão as orientações das autoridades.

Medidas rígidas
Para o brasileiro Luiz Moura Jr., vice-presidente US Travel Association, órgão que congrega a indústria do turismo nos EUA, a tendência é que a checagem, mesmo de passageiros saídos do Brasil -país fora do "grupo de risco"-, aumente. "Haverá checagem para todos, independentemente da nacionalidade, inclusive para os próprios americanos."
Sobre as novas tecnologias de inspeção, como o constrangedor scanner corporal - que mostra detalhes íntimos da silhueta-, ele acredita que serão adotadas em todos os aeroportos, não importando o destino.
Para o norte-americano Roger Dow, presidente e CEO da mesma US Travel Association, "nada menos que a viagem mais segura é aceitável para um país que recebe 60 milhões de visitantes internacionais/ano, cuja metade chega de avião".
O scanner corporal foi objeto de uma pesquisa de opinião publicada anteontem pelo jornal "USA Today", que concluiu que 78% dos cidadãos nos EUA aprovam a sua utilização.
Associações de direitos humanos se manifestam contra o scanner corporal e alegam violação de privacidade. Nesta semana, aeroportos da Europa foram palco de protestos. Outro equipamento que deve ser mais usado é o detector de traços, capaz de indicar vestígios de explosivos e drogas no corpo e nas roupas do passageiro.


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