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OCULTA
Bebida tem baixo teor alcoólico e preço modesto; nas sidrerias, garçom faz malabarismo para servir roda de amigos
Saborear sidra em Astúrias é ritual gregário
DO ENVIADO ESPECIAL À ESPANHA
A sidra, típica do Principado de
Astúrias, é uma bebida gregária
por excelência. Não é que não se
possa tomá-la só, mas grande parte do prazer vem do ritual de bebê-la em rodas de amigos.
Nas sidrerias espalhadas por
Oviedo e por outras cidades asturianas, a cena se repete: o garçom
leva ao alto a mão com que segura
a garrafa e, com a outra mão, na
posição oposta, segura o copo inclinado. É preciso muita pontaria
para que o líquido não derrame.
De qualquer maneira, os clientes
não estão a salvo de respingos.
A idéia é tomar a bebida de uma
vez, enquanto ela ainda está turva,
com uma leve espuma provocada
pelo impacto. Garrafas de sidra
são servidas em rodadas.
Descrita como um vinho feito
de maçã, a sidra não agrada muito
ao paladar mais acostumado ao
vinho de uva. Seu teor alcoólico é
tão baixo (5 graus na média, em
comparação com os 12 graus da
maioria dos vinhos) quanto o
preço. Uma garrafa de Busdongo
-uma das mais de 50 produzidas
localmente-, muito apreciada
por conhecedores, sai por 2,5.
Quem quiser conhecer o processo de produção deve visitar o
Museu do Povo de Astúrias, na cidade de Gijón. Instalações antigas
reproduzem a fabricação da bebida, desde a obtenção da papa de
maçã ao engarrafamento. Da maçã in natura à sidra engarrafada se
tem um intervalo de três a quatro
meses.
(OSCAR PILAGALLO)
Museu do Povo de Astúrias - Ería del
Piles, s/nš; em julho e agosto, de terças a
sábados, das 11h às 13h e das 17h às 21h;
aos domingos, das 11h às 14h (o ano todo). Nos demais meses, de terça a sábado, das 10h às 13h e das 17h às 20h.
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