Subida ao morro do forte Taragarh se dá na companhia de macacos, que disputam o território entre si

Pedro Carrilho

Lago artificial e, ao fundo, o Palácio Real, na encosta

Comparada às demais cidades rajastanis, a pequena Bundi ainda passa longe do turismo de massa. Pode ser considerada a jóia escondida do Rajastão, mas o segredo vem sendo, aos poucos, descoberto.
O ritmo dessa cidade é mais lento, e a quase total ausência de turistas traz uma atmosfera difícil de encontrar em outros pontos da rota.
Azul e branca como Jodhpur, Bundi é um emaranhado de ruas estreitas cercadas por muros antigos e margeada por um pequeno lago. Na encosta do morro que domina sua paisagem fica o antigo palácio real.
Se por um lado é triste o estado de abandono de salões e corredores que antes guardavam tantas riquezas, caminhar por seu interior é uma experiência e tanto. Em seus cantos mais obscuros habitam milhares de morcegos que aguardam o sol se pôr lá fora para sair do palácio em revoada rumo à caça noturna, para espanto e fascínio dos visitantes na cidade abaixo.
Mais acima, seguindo um tortuoso caminho de pedras, chega-se ao forte de Taragarh, no topo do morro. Também mal conservado, o forte da Estrela é provavelmente um dos que têm a atmosfera mais marcante de toda a região.
Durante a subida, grupos de macacos observam desconfiados e atentos qualquer movimento. Na verdade, duas espécies de macacos disputam território na grande área do forte, e, em alguns momentos, a sensação de estar sozinho, num local abandonado e cercado por dezenas de indivíduos de outra espécie, pode ser assustadora.
Caminhar por antigos reservatórios d'água e muros do forte ao entardecer, apenas observados pelos sinistros símios, é uma experiência imperdível no Rajastão, e a vista da cidade abaixo é encantadora.
(PEDRO CARRILHO)


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