DA REPORTAGEM LOCAL

Quando chegou ao Brasil pela primeira vez, como missionário, nos anos 1950, Gary Neeleman, 75, pai de David Neeleman, pouco sabia sobre o país. Gostou tanto que voltou, já casado, como jornalista, passando sete anos em São Paulo. Hoje vivendo em Salt Lake City, é cônsul honorário do Brasil há oito anos. Leia abaixo trechos da entrevista que ele concedeu à Folha. (MDV)

 

FOLHA - O sr. veio pela primeira vez ao Brasil como missionário. Onde o sr. passou esse tempo?
GARY NEELEMAN - Em Ponta Grossa, Curitiba, nas montanhas de Santa Catarina. Depois voltei como correspondente da UPI. Fiquei mais sete anos.

FOLHA - O sr. ainda visita o Brasil?
NEELEMAN - Sim, três ou quatro vezes por ano. Fiz um livro sobre os confederados que emigraram em 1866 e foram para Americana e Santa Bárbara. O título é "Farewell My South".

FOLHA - A primeira ligação com o Brasil se deu pela igreja?
NEELEMAN - Fui como missionário, cheguei com 19, 20 anos. Não conhecia nada do Brasil, cheguei a Ponta Grossa sem falar uma palavra de português.

FOLHA - Um serviço da igreja que chama a atenção é a busca por antepassados. Qual a razão dele?
NEELEMAN - É o maior do mundo. A doutrina da igreja indica que nossas famílias são eternas. Então temos de saber quem são nossos antepassados para poder nos ligar a eles, porque achamos que depois da morte estaremos todos reunidos. Nossos casamentos são para a eternidade, não até a morte.

FOLHA - O templo em Salt Lake City é uma atração da cidade. Recebe turistas brasileiros?
NEELEMAN - O turista vem porque é uma atração tremenda, o coro é um dos mais famosos do mundo. São 365 vozes, e o órgão de tubos, feito pelos pioneiros, é fantástico. Eles têm panfletos em português. Outra atração em Utah são os parques nacionais. Temos Bryce Canyon, Zion. Meu filho David tem uma fazenda no sul de Utah. Duas de nossas filhas, nascidas no Brasil, dirigem essa fazenda de hóspedes, Zion Ponderosa (www.zionponderosa.com). A 20 milhas de Salt Lake City há o Park City, centro de esqui.


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