DA REPORTAGEM LOCAL

Assim como seu pai, David Neeleman, 50, sócio-fundador da Azul, credita à igreja sua ligação com o Brasil. Nascido em São Paulo, hoje ele divide seu tempo entre o Brasil e Connecticut, onde vive com a família. Leia abaixo trechos da entrevista concedida à Folha. (MDV)

 

FOLHA - O sr. nasceu em São Paulo e passou dois anos aqui como missionário. Qual a influência da igreja em sua relação com o Brasil?
DAVID NEELEMAN - Minha ligação com o Brasil se deu por causa da igreja mórmon. Quando você é chamado para ser missionário, não escolhe para onde vai. Meu pai recebeu um chamado para servir no Brasil, isso em 1954, 55. Quando voltou para os Estados Unidos, se casou com minha mãe e disse a ela: "Quero voltar para o Brasil".

FOLHA - Como jornalista?
NEELEMAN - Ele era jornalista da UPI (United Press International). Ficou aqui sete anos, foi naquela época que eu nasci.

FOLHA - Depois o sr. voltou como missionário.
NEELEMAN - Como eu nasci no Brasil, fui chamado para servir aqui. Se não fosse a igreja, não saberia nada sobre o Brasil.

FOLHA - O sr. mora em Connecticut. Quando deixou Salt Lake City?
NEELEMAN - Passo os finais de semana em Connecticut e a semana aqui. Saí de Salt Lake City em 1999. Meus antepassados se converteram, e os primeiros membros da igreja mórmon sofreram muita perseguição. O fundador da igreja foi morto e eles fugiram para o vale de Salt Lake City, iam de carroça..

FOLHA - A história de Utah é muito ligada aos pioneiros mórmons.
NEELEMAN - Totalmente. Eles foram ao vale de Salt Lake City, que ninguém queria. Era o único lugar onde os mórmons puderam fazer as coisas sem serem interrompidos.

FOLHA - O sr. acha que as pessoas aqui são informadas sobre a igreja?
NEELEMAN - Seria muito bom se você conversasse com o meu pai, ele pode passar informações sobre os brasileiros lá e sobre a igreja aqui no Brasil.


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