|
Próximo Texto | Índice
NA LINHA DO EQUADOR
Altitude e patrimônio são de tirar o fôlego
Centro de Quito é, segundo a Unesco, o mais inalterado entre os de todas as cidades latino-americanas
Rodrigo Buendia - 2.abr.2008/ France Presse
|
|
Vista do domo principal e da nave da igreja da Companhia de Jesus
MARIANA DESIMONE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
EM QUITO
Quem não está acostumado
com grandes altitudes como a
de Quito, que fica 2.850 m acima do nível do mar, sente falta
de ar e tontura ao chegar à cidade. Mas não é só isso que deixa
o turista tonto nessa cidade.
O interior da igreja e colégio
da Companhia de Jesus tem
efeito similar, mas por outros
motivos. Aqui não é a falta de
oxigênio, mas a profusão de
adornos, característico do estilo barroco da chamada escola
de Quito, que usa elementos
dos estilos espanhol, italiano,
mourisco, flamengo e indígena,
que tira o fôlego do visitante.
O prédio integra o centro histórico de Quito, que, há 30
anos, foi tombado como Patrimônio da Humanidade pela
Unesco. A porção antiga da capital equatoriana foi o primeiro
conjunto do tipo, ao lado do
centro histórico de Cracóvia
(Polônia), a receber o título, na primeira sessão de tombamentos do comitê
responsável -realizada em 7 de
junho de 1978, que reconheceu
como patrimônio outros cinco
locais. No mesmo ano, no segundo encontro da comissão,
em 9 de outubro, o arquipélago
de Galápagos foi tombado.
Preservação
Segundo o site da Unesco,
Quito mantém "o mais preservado e menos alterado centro
histórico de cidades latino-americanas". A organização indica que, além da igreja da
Companhia de Jesus, os monastérios de San Francisco e de
Santo Domingo são exemplos
puros do barroco quitenho.
A avaliação da comissão que
julgou se o conjunto deveria ser
tombado elogia: "As ações do
homem e da natureza criaram
uma obra única" na cidade.
Quito foi fundada no século
16, sobre uma cidade inca. Em
1917, um terremoto devastou a
região, mas poupou grande parte das edificações históricas.
Há dez anos, um relatório de
estado de conservação chamou
a atenção para o risco de o vulcão Pichincha, a oeste da cidade
e de volta à atividade depois de
300 anos, entrar em erupção.
Cobrou, da cidade, um pacote
de medidas preventivas e um
plano de manejo para a crise
após uma possível erupção.
Um ano depois, novo relatório informa que o plano de prevenção foi feito e que as autoridades locais devem manter a
comissão da Unesco informada
sobre as atividades do vulcão.
Por enquanto, vai tudo bem.
Pelas ruas
Estando nas ruas do centro
antigo, compre o milho tostado
que as vendedoras ambulantes
vendem por US$ 0,50 para entrar no clima. Ou, ainda, prove
o "choclo", sopa preparada com
queijo, batata, ovos e abacate,
que custa US$ 5 (R$ 7,5), servido em lanchonetes modestas.
Alimentado, encare a sucessão de prédios históricos -são 40 igrejas, 16 monastérios, 17
praças, 12 praças de convento e
12 museus em 3,2 km2.
Entre os 40 templos, o mais
importante é a igreja e colégio
da Companhia de Jesus. A
construção da igreja começou
em 1605 e só terminou 163
anos depois. Depois de dois terremotos e um incêndio, ela foi
reaberta, restaurada, em 2006.
A fachada foi talhada em pedra vulcânica andina e, no interior, os adornos foram cobertos
de ouro -somam-se, ao todo,
sete toneladas do metal nobre.
Outro destaque é o monastério de San Francisco, onde está
a igreja mais antiga de Quito,
cuja construção começou algumas semanas depois da fundação da cidade, em 1534. A igreja
foi concluída somente 70 anos
depois do início das obras.
IGREJA DA COMPANHIA DE JESUS -
Esquina das ruas García Moreno e
Sucre. De seg. a sex., das 9h30 às
17h30; aos sáb., das 9h às 16h; e aos
dom., das 13h às 16h. Tel.: 00/xx/593/2/258-4175
www.ficj.org.ec
MONASTÉRIO DE SAN FRANCISCO
Rua Cuenca, 477. De seg. a sex., das
9h às 13h e das 14h às 18h; aos
sáb., das 9h às 18h; e aos dom., das
9h às 13h
Tel.: 00/xx/593/2/228-1124
Próximo Texto: Templo egípcio deu origem a tombamentos Índice
|