São Paulo, quinta-feira, 15 de maio de 2008

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Eventos nipo-santistas vão de navio a exposições

VOLTA NO TEMPO Embarcação com Tocha da Amizade chega em 1º de junho

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Nas festas do centenário da imigração, o destaque é para o navio que partiu do porto de Kobe, no Japão, no último 28 de abril (mesma data da partida original do primeiro navio), que trará ao Brasil a chamada Tocha da Amizade.
A previsão da Prefeitura de Santos é de que o navio chegue ao Armazém 14 do porto de Santos, mesmo local dos primeiros imigrantes japoneses em 1908, no dia 1º de junho.
Note-se que hoje o lugar histórico é usado por cargueiros. O porto, cujo processo de privatização foi iniciado em 1993, lida com transporte de pessoas, especialmente de turistas de cruzeiros, em outro ponto: o terminal de passageiros, aberto há dez anos. Será nesse local a solenidade de acendimento da pira, no dia 5 de junho, com autoridades brasileiras e japonesas.
Em 12 de junho, ocorrerá a 12ª Caminhada Internacional, em que cerca de 200 pessoas percorrerão o mesmo caminho feito pelos imigrantes em 1908.
A partida será da histórica estação do Valongo, primeira do Estado de São Paulo, inaugurada pelo Barão de Mauá em 1867 - e desativada em 1996 -, até o Memorial do Imigrante, na capital, onde eram hospedados os recém-chegados.
Já no dia 18, na plataforma do Emissário Submarino, será inaugurado o parque Ondas 21, projeto de autoria do arquiteto Rui Ohtake. Sua mãe, a artista plástica Tomie Ohtake, também prepara uma escultura para o local. No mesmo dia, marco da chegada dos primeiros imigrantes japoneses, aporta em Santos a esquadra de navios-escola da Marinha Japonesa.
Os destaques culturais são a 11ª Bienal Nacional de Artes Visuais, a exposição AJAC no Brasil - Arte Contemporânea Japonesa, o Festival de Cinema Japonês, além da encenação da chegada do Kasato Maru.

Monumento da polêmica
O grande marco para se conhecer em Santos é o Monumento aos Imigrantes Japoneses, na praia do Boqueirão, entre os canais 3 e 4.
Com escultura criada por Cláudia Fernandes na época dos 90 anos da imigração, mostra uma família japonesa chegando ao Brasil, em trajes europeus do início do século 20.
"Eles se vestiam assim para evitar um impacto cultural muito grande", explica Sadao Nakai, diretor da Sociedade Japonesa de Santos.
A imagem do monumento seria usada para uma moeda de 500 ienes comemorativa no Japão. Mas, por desentendimentos sobre os direitos autorais entre a autora e o Kenren (Federação das Associações das Províncias do Japão no Brasil), que encomendou a obra, o governo japonês resolveu cunhar outra série de moedas, agora com a imagem do navio Kasato Maru, desperdiçando com isso 80 milhões de ienes (cerca de R$ 1,3 milhão).
Uma curiosidade para dar uma olhada (não aberta à visitação) é a Hospedaria de Imigrantes de Santos, hoje um prédio em ruínas. Apesar de ter sido construída, em 1912, para abrigar estrangeiros, nunca teve essa função; foi usada como armazém de café.
Passeios de escuna podem dar uma idéia (adaptada para hoje) da vista que tiveram os imigrantes ao chegar no Brasil; a linha Conheça Santos permite um tour pela cidade.
Informações sobre a programação das comemorações do centenário da imigração estão reunidas em www.santos.sp.gov.br/hotsites/centenario2008. (MAURÍCIO KANNO)


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