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Eventos nipo-santistas vão de navio a exposições
VOLTA NO TEMPO Embarcação com Tocha da Amizade chega em 1º de junho
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Nas festas do centenário da
imigração, o destaque é para o
navio que partiu do porto de
Kobe, no Japão, no último 28
de abril (mesma data da partida
original do primeiro navio),
que trará ao Brasil a chamada
Tocha da Amizade.
A previsão da Prefeitura de
Santos é de que o navio chegue
ao Armazém 14 do porto de
Santos, mesmo local dos primeiros imigrantes japoneses
em 1908, no dia 1º de junho.
Note-se que hoje o lugar histórico é usado por cargueiros. O
porto, cujo processo de privatização foi iniciado em 1993, lida
com transporte de pessoas, especialmente de turistas de cruzeiros, em outro ponto: o terminal de passageiros, aberto há
dez anos. Será nesse local a solenidade de acendimento da pira, no dia 5 de junho, com autoridades brasileiras e japonesas.
Em 12 de junho, ocorrerá a
12ª Caminhada Internacional,
em que cerca de 200 pessoas
percorrerão o mesmo caminho
feito pelos imigrantes em 1908.
A partida será da histórica estação do Valongo, primeira do
Estado de São Paulo, inaugurada pelo Barão de Mauá em 1867
- e desativada em 1996 -, até o
Memorial do Imigrante, na capital, onde eram hospedados os
recém-chegados.
Já no dia 18, na plataforma do
Emissário Submarino, será
inaugurado o parque Ondas 21,
projeto de autoria do arquiteto
Rui Ohtake. Sua mãe, a artista
plástica Tomie Ohtake, também prepara uma escultura para o local. No mesmo dia, marco
da chegada dos primeiros imigrantes japoneses, aporta em
Santos a esquadra de navios-escola da Marinha Japonesa.
Os destaques culturais são a
11ª Bienal Nacional de Artes Visuais, a exposição AJAC no
Brasil - Arte Contemporânea
Japonesa, o Festival de Cinema
Japonês, além da encenação da
chegada do Kasato Maru.
Monumento da polêmica
O grande marco para se conhecer em Santos é o Monumento aos Imigrantes Japoneses, na praia do Boqueirão, entre os canais 3 e 4.
Com escultura criada por
Cláudia Fernandes na época
dos 90 anos da imigração, mostra uma família japonesa chegando ao Brasil, em trajes europeus do início do século 20.
"Eles se vestiam assim para
evitar um impacto cultural
muito grande", explica Sadao
Nakai, diretor da Sociedade Japonesa de Santos.
A imagem do monumento
seria usada para uma moeda de
500 ienes comemorativa no Japão. Mas, por desentendimentos sobre os direitos autorais
entre a autora e o Kenren (Federação das Associações das
Províncias do Japão no Brasil),
que encomendou a obra, o governo japonês resolveu cunhar
outra série de moedas, agora
com a imagem do navio Kasato
Maru, desperdiçando com isso
80 milhões de ienes (cerca de
R$ 1,3 milhão).
Uma curiosidade para dar
uma olhada (não aberta à visitação) é a Hospedaria de Imigrantes de Santos, hoje um prédio em ruínas. Apesar de ter sido construída, em 1912, para
abrigar estrangeiros, nunca teve essa função; foi usada como
armazém de café.
Passeios de escuna podem
dar uma idéia (adaptada para
hoje) da vista que tiveram os
imigrantes ao chegar no Brasil;
a linha Conheça Santos permite um tour pela cidade.
Informações sobre a programação das comemorações do
centenário da imigração estão
reunidas em www.santos.sp.gov.br/hotsites/centenario2008.
(MAURÍCIO KANNO)
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