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SABOR PARÁ
Museu Emilio Goeldi e Mangal das Garças apresentam, cada um à sua moda, a fauna e a flora amazônicas
Parques trazem trecho de floresta para área urbana
Heloisa Lupinacci/Folha Imagem
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Lago coberto de vitórias-régias no parque zoobotânico do museu Emilio Goeldi, que contabiliza 50 mil metros quadrados de floresta amazônica cravados em bairro nobre da capital paraense
DA ENVIADA ESPECIAL A BELÉM (PA)
No centro de Belém, dois lugares aproximam o turista da
floresta amazônica.
No bairro do Nazaré, região
nobre da cidade, um quarteirão
enorme é ocupado por um trecho de floresta -são 50 mil metros quadrados. Nesse bosque
fica a sede do museu Emilio
Goeldi, misto de centro de pesquisa -é referência mundial
em entomologia, estudo de insetos- e passeio familiar.
O museu foi fundado em
1866, por Domingos Soares
Ferreira Penna, mas foi em
1894 que o naturalista suíço
Emilio Goeldi, recém-saído do
Museu Nacional, no Rio, assumiu a direção do então chamado Museu do Pará.
A sede conta a história de como o museu se consolidou como referência nos estudos da
fauna, da flora, do clima e do
homem amazônicos. Apresenta algumas peças resultantes
dessas pesquisas, como objetos
de cerâmica antropomorfos de
tribos que habitavam a região.
Mas é no lado de fora que reside
o que há de mais interessante.
É o parque zoobotânico, com
exemplares de fauna e flora
amazônicas. Se, por um lado, dá
certa tristeza ver uma onça-pintada enjaulada em um espaço pequeno, logo ao lado da sede, por outro, há um lago coberto de vitórias-régias e aves que
dificilmente seriam vistas soltas por aí, como urubus-rei. E
há ainda animais soltos, como
cutias, que ficam perambulando pelos passeios do bosque.
Entre os animais aquáticos,
reina o peixe-boi, do qual só se
vê o focinho, que sai da água em
busca de ar e de comida -o bicho pasta o mato na superfície.
Para gringo
Em outro ponto da cidade, à
beira do rio Guamá, está o outro lugar que aproxima visitantes de guarás e mutuns. Os belenenses falam do Mangal das
Garças com um sentimento
ambíguo. Dizem que é lugar para inglês ver, mas recomendam
a visita. Concluído em 2005,
Mangal vale o passeio e é de fato um lugar para inglês ver.
Duas horas bastam para conhecer o espaço. Ao chegar, o
primeiro ponto de parada é naturalmente o mirante para o rio
Guamá. Dali se tem a melhor
vista para o rio, tão pouco visível em toda a cidade.
Para chegar ao mirante, caminha-se por passarelas erguidas sobre o aningal, vegetação
original da beira do rio, composta por aningas e aningaúbas, plantas de folhas e flores
brancas gigantes.
O lugar mais bonito do parque é a reserva José Marcio Ayres, um viveiro de borboletas
amazônicas, algumas espécies
de beija-flor e, claro, muitas flores. Com sorte, avistam-se também calanguinhos.
A parte mais popular, no entanto, é o Farol para Belém,
uma torre com vista para a cidade. É interessante subir para
ver o centro histórico de Belém
de cima. Dali avistam-se, por
exemplo, as torres das conhecidas igrejas do Carmo, da Sé e de
Santo Alexandre.
E, como o nome diz, o parque
é habitado por garças e outras
aves, como o guará. Parente
distante do flamingo, o guará
tem mais ou menos aquela cor,
bico comprido e é mais baixo.
Outras aves mais raras podem ser vistas de perto no Viveiro das Aningas. Trata-se de
uma enorme gaiola, na qual o
turista entra e passeia com aves
como o mutum-cavalo, que parece um galo enorme com um
grande bico vermelho.
Ao lado do mirante fica o restaurante Manjar das Garças. O
restaurante é muito recomendado pelos moradores da cidade e é uma das poucas opções
para provar a culinária regional
do Pará. O serviço é em bufê,
que custa R$ 29,50 por pessoa.
(HELOISA LUPINACCI)
MUSEU EMILIO GOELDI - av. Magalhães Barata, 376; ingresso: R$
4; tel.: 0/xx/91/3219-3358
www.museu-goeldi.br
MANGAL DAS GARÇAS - passagem Carneiro da Rocha, s/nš; tel.:
0/xx/91/3242-5052
www.prodepa.psi.br/mangaldasgarcas
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