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SABOR PARÁ
Acervo tem peças raras, como santa com seio de fora; Casa das Onze Janelas mostra arte contemporânea
Museu de Arte Sacra desbanca a igreja matriz
DA ENVIADA ESPECIAL A BELÉM (PA)
No centro de Belém fica uma
praça que concentra o melhor
da cidade. É o chamado núcleo
Feliz Lusitânia, também conhecido como praça da Matriz,
que, por sinal, está fechada para
reformas. Mas a igreja, apesar
de ser imponente -o maior
prédio religioso erguido no século 18 no Brasil-, não é a estrela do quarteirão.
Quem reina nesse território é
o Museu de Arte Sacra. Instalado em um antigo colégio jesuítico, que depois virou palácio
episcopal, conserva a igreja de
Santo Alexandre, inaugurada
em 1719, hoje convertida em sala de concerto. E é ali que deve
começar a visita. O altar principal e os laterais estão conservados e são daquele barroco ibérico entalhado por índios que
hipnotiza os olhos. Em algumas
partes, ainda se vê a cobertura
de ouro, mas, no geral, ela se foi,
e sobraram curvas e retorcidos
de madeira escura -se os jesuítas os vissem hoje, talvez não
teriam gastado tanto para cobrir tudo aquilo de dourado.
A iluminação, em focos direcionados, realça a Via Crúcis
que está nas paredes. O resultado é que a história da morte e
ressurreição de Jesus Cristo fica parecendo uma série de hologramas. O mesmo recurso é
usado na iluminação no Cristo
morto no altar e, aqui, realça as
cores vibrantes usadas para
pintar o fundo do recinto. No
lado esquerdo fica a sacristia,
que tem outro belo altar e o teto
todo pintado.
O acervo do museu contém
320 peças, sendo a mais relevante delas uma Nossa Senhora
do Leite, que tem o seio exposto, pois amamenta seu filho.
Logo ali do lado fica a Casa
das Onze Janelas, antigo hospital que foi convertido em museu de arte moderna e de arte
contemporânea e em boteco. O
acervo, apesar de pequeno, tem
peças interessantes.
Ali dentro fica o boteco das
Onze, um bar com ar de pub inglês que não combina com o clima da cidade, mas serve boa comida, com sabor mais ameno.
Bom para quem se cansar do
tucupi e do jambu.
O melhor lugar para sentar
fica do lado de fora, onde há um
terraço voltado para o rio Guamá, ponto bastante disputado
nos fins de tarde.
(HELOISA LUPINACCI)
BOTECO DAS ONZE - pça. Frei Caetano Brandão, s/nš
Tel.: 0/xx/91/3224-8599
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