São Paulo, quinta-feira, 15 de junho de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SABOR PARÁ

Acervo tem peças raras, como santa com seio de fora; Casa das Onze Janelas mostra arte contemporânea

Museu de Arte Sacra desbanca a igreja matriz

DA ENVIADA ESPECIAL A BELÉM (PA)

No centro de Belém fica uma praça que concentra o melhor da cidade. É o chamado núcleo Feliz Lusitânia, também conhecido como praça da Matriz, que, por sinal, está fechada para reformas. Mas a igreja, apesar de ser imponente -o maior prédio religioso erguido no século 18 no Brasil-, não é a estrela do quarteirão.
Quem reina nesse território é o Museu de Arte Sacra. Instalado em um antigo colégio jesuítico, que depois virou palácio episcopal, conserva a igreja de Santo Alexandre, inaugurada em 1719, hoje convertida em sala de concerto. E é ali que deve começar a visita. O altar principal e os laterais estão conservados e são daquele barroco ibérico entalhado por índios que hipnotiza os olhos. Em algumas partes, ainda se vê a cobertura de ouro, mas, no geral, ela se foi, e sobraram curvas e retorcidos de madeira escura -se os jesuítas os vissem hoje, talvez não teriam gastado tanto para cobrir tudo aquilo de dourado.
A iluminação, em focos direcionados, realça a Via Crúcis que está nas paredes. O resultado é que a história da morte e ressurreição de Jesus Cristo fica parecendo uma série de hologramas. O mesmo recurso é usado na iluminação no Cristo morto no altar e, aqui, realça as cores vibrantes usadas para pintar o fundo do recinto. No lado esquerdo fica a sacristia, que tem outro belo altar e o teto todo pintado.
O acervo do museu contém 320 peças, sendo a mais relevante delas uma Nossa Senhora do Leite, que tem o seio exposto, pois amamenta seu filho.
Logo ali do lado fica a Casa das Onze Janelas, antigo hospital que foi convertido em museu de arte moderna e de arte contemporânea e em boteco. O acervo, apesar de pequeno, tem peças interessantes.
Ali dentro fica o boteco das Onze, um bar com ar de pub inglês que não combina com o clima da cidade, mas serve boa comida, com sabor mais ameno. Bom para quem se cansar do tucupi e do jambu.
O melhor lugar para sentar fica do lado de fora, onde há um terraço voltado para o rio Guamá, ponto bastante disputado nos fins de tarde.
(HELOISA LUPINACCI)

BOTECO DAS ONZE - pça. Frei Caetano Brandão, s/nš Tel.: 0/xx/91/3224-8599


Texto Anterior: Sabor Pará: Parques trazem trecho de floresta para área urbana
Próximo Texto: Pacotes para Belém
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.