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RAÍZES
Investigação começa com os parentes, passa por cartórios e institutos genealógicos e pode chegar aos cemitérios
Genealogia é trabalho de Sherlock Holmes
free-lance para a Folha
O interessado em pesquisar a
própria genealogia -estudo da
origem da família- tem de dispor
de tempo e dedicação.
"É um trabalho de detetive", diz
Neide Bibiano, 47, pesquisadora e
tesoureira do Instituto Genealógico Brasileiro.
O primeiro passo é iniciar a busca de informações entre os próprios parentes, seja por meio de
conversas ou da leitura de documentos, como certidões de óbito,
nascimento e casamento.
Você pode ainda (e deve) visitar
cartórios, para examinar testamentos e inventários, e igrejas, na
procura por dados em certidões de
batizado, anotações de casamento
e crisma. Visite também cemitérios e, fundamentalmente, os institutos genealógicos.
Em São Paulo, funcionam diversas entidades que podem auxiliar a
pesquisa genealógica.
No Museu do Imigrante, no
bairro do Brás (zona central de
São Paulo), há um departamento
especializado em investigar, no
próprio arquivo da entidade, a
procedência de pessoas que chegaram ao Brasil entre 1887 e 1978.
"Temos dados daqueles que chegaram ao Estado de São Paulo pelo
porto de Santos ou que passaram
pela hospedaria dos Imigrantes",
afirma a diretora técnica do museu, Midory Kimura Figuti, 60.
São 300 mil nomes de mais de 70
nacionalidades e etnias.
O interessado deve ir ao museu,
levar o maior número de informações da pessoa que procura e
preencher um requerimento.
A pesquisa, manual, é realizada
pelos funcionários. O museu fornece também a Certidão de Desembarque, o documento oficial
para o requerimento de passaporte para vários países.
O serviço é gratuito, e o atendimento ao público vai de terça a
sexta, das 13h às 16h.
Aqueles que moram longe da capital podem enviar os dados por
fax, carta ou e-mail.
Judeus
A pesquisa pode ser feita também no Instituto Genealógico Brasileiro, no centro de São Paulo,
fundado em 1939. A biblioteca da
entidade possui 14 mil volumes
em diversos idiomas sobre genealogia e heráldica (ciência que estuda os brasões).
O instituto é aberto ao público
para pesquisas nos seguintes horários: segundas, quartas, quintas e
sextas, das 14h às 17h.
Só é permitido copiar os livros à
mão. As orientações pelo telefone
são feitas apenas para localidades
fora da cidade de São Paulo. Também atendem por carta.
A empreitada da busca das origens encontra auxílio também na
Sociedade Genealógica Judaica do
Brasil, fundada em 1994 em São
Paulo e que não atende apenas judeus. Em média, chegam dez correspondências por dia, entre
e-mails e cartas, e a maioria não é
de israelitas, segundo a entidade.
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (mórmon) é
outra fonte de pesquisa.
Na biblioteca central dos mórmons, em Salt Lake City, nos Estados Unidos, há um número estimado de 12 bilhões de nomes, informa Álvaro Santin, 37, especialista em história da família da igreja em São Paulo.
"É um acervo microfilmado de
registros civis e religiosos -de
nascimentos, casamentos e óbitos- coletado em 151 países e territórios", explica Santin.
O período catalogado vai de 1500
a 1998. "Mas o nosso registro mais
antigo data do ano de 877, da cidade suíça de Lucerna", revela.
"Quem quiser pesquisar nosso
acervo deve ir a um de nossos
Centros de História da Família,
que no Brasil são 156, escolher a
localidade disponível num catálogo e preencher um requerimento
para a remessa dos microfilmes
correspondentes", diz Santin.
O material chega após um prazo
que varia de uma semana a três
meses. Paga-se um aluguel de R$ 1
a R$ 3 pela utilização de até dois
meses do microfilme, que só poderá ser consultado num dos Centros de História da Família."
O horário de funcionamento varia de cidade para cidade. Isso porque o serviço é feito por voluntários.
(CLAUDIO SCHAPOCHNIK)
Museu do Imigrante: rua Visconde de
Parnaíba, 1.316, CEP 03164-300, São Paulo (SP), tels. (011) 692-7804 e (011)
692-2497, fax (011) 693-1446 e e-mail
imigrant@plugnet.com.br
Instituto Genealógico Brasileiro: rua
Sete de Abril, 230, bloco A, 1º andar, CEP
01044-000, São Paulo (SP), tel. (011)
257-4840
Sociedade Genealógica Judaica do
Brasil: caixa postal 1.025, CEP 13001-970,
Campinas (SP). Informações em São Paulo: (011) 881-9365. E-mail
fai
guen@ibm.net
Centros de História da Família: avenida
Professor Francisco Morato, 2.430, São
Paulo (SP), tel. (011) 818-0405
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