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TERRAS ALTAS
Pequena, Edimburgo une turistas e locais
Ali, não há aquele tipo de lugar que parece que só recebe estrangeiros desavisados; atrações fecham cedo
Heloísa Lupinacci/Folha Imagem
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Royal Mile, que vai do castelo de Edimburgo ao palácio de Holyroodhouse; ao fundo, o ‘firth of forth’, foz do rio Forth no mar do Norte
DA ENVIADA ESPECIAL A EDIMBURGO
"Edimburgo é pequena demais para ter lugares turísticos
e outros frequentados por locais", define Belen Catalan. Espanhola, ela mora na Escócia
há oito anos. Já foi turista, virou local. E sabe bem do que está falando. De fato, Edimburgo
é pequena -são pouco menos
de 500 mil habitantes.
Mas isso não deve servir de
motivo para enfiá-la em poucos
dias no meio de um roteiro extenso. Além de compacta, ela
condensa um tanto de história
que só é assimilado com tempo.
Por outro lado, mesmo em
uma visita rápida, o turista consegue vislumbrar os aspectos
da vida local, porque, como diz
Catalan, todos vão aos mesmos
lugares. Em restaurantes ou
pubs, há grandes turmas animadas, que conversam com o
divertido sotaque local.
Era uma vez
Edimburgo tem tanta história que a chamada New Town,
cidade nova, tem mais de 200
anos -o nome completo dela é
Georgian New Town, ou seja, é
georgiana; os nomes homenageiam George 3º (1738-1820).
Ela só é chamada de nova
porque se opõe à cidade velha, a
Old Town, cujo marco é o castelo, que começou a ser erguido
em 1130 -data da capela de
Santa Margaret, lá dentro.
A cidade é tão histórica que
até bar tem quase 500 anos, caso do pub The White Hart Inn,
o mais antigo da área. É claro
que isso merece um brinde, e
para brindar bonito lá é só falar
"slainte" (pronuncia-se slanji).
Se for hoje para lá, o turista
encontrará uma certa confusão
em uma das principais vias locais. A Princess street, importante ligação entre vários pontos, que, inclusive, divide as cidades nova e velha, está em
obras. Ali vai funcionar um metrô de superfície.
Os bloqueios, tapumes e grades de proteção estragam um
pouco a paisagem, mas não afetam tanto a visita à cidade. Na
verdade, o fluxo de pessoas foi
desviado majoritariamente para o agradável jardim Princess
street, que ladeia a rua.
Frio e vento
Ao planejar a viagem, é preciso levar em conta que na Escócia faz frio e venta muito. Apesar de a primavera já ter começado, a temperatura ainda não
saiu da casa da unidade -gira
em torno de 1C a 5C.
Outro fator importante ao
traçar o roteiro: tudo fecha cedo. Às 17h, museus, atrações e
quetais já encerram as atividades. Isso só muda no alto verão,
quando a capital escocesa ferve
com festivais culturais.
Se tiver poucos dias, o turista
deve concentrar suas energias
na chamada Royal Mile, a rua
que liga o castelo de Edimburgo
ao palácio de Holyroodhouse, a
residência da rainha Elizabeth
na cidade. Ali, cada pedra do
calçamento está impregnada
de séculos de intrigas, guerras,
bebedeiras e afins.
Se tiver mais tempo, pode dedicá-lo a explorar a New Town
-a área, planejada, concentra
em menos de 2,5 quilômetros
quadrados cerca de 10 mil prédios catalogados como patrimônio arquitetônico.
E, se tiver mais tempo ainda,
deve separar um ou dois dias
para conhecer os arredores da
cidade. Em poucas horas, chega-se às chamadas Highlands, a
região a norte de Edimburgo,
onde o terreno acidentado é coberto de grama e marcado por
rios e lagos, ali chamados de
lochs -é em um deles, o Ness,
onde mora o monstro.
(HL)
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