São Paulo, quinta-feira, 16 de abril de 2009

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TERRAS ALTAS

Pequena, Edimburgo une turistas e locais

Ali, não há aquele tipo de lugar que parece que só recebe estrangeiros desavisados; atrações fecham cedo

Heloísa Lupinacci/Folha Imagem
Royal Mile, que vai do castelo de Edimburgo ao palácio de Holyroodhouse; ao fundo, o ‘firth of forth’, foz do rio Forth no mar do Norte

DA ENVIADA ESPECIAL A EDIMBURGO

"Edimburgo é pequena demais para ter lugares turísticos e outros frequentados por locais", define Belen Catalan. Espanhola, ela mora na Escócia há oito anos. Já foi turista, virou local. E sabe bem do que está falando. De fato, Edimburgo é pequena -são pouco menos de 500 mil habitantes.
Mas isso não deve servir de motivo para enfiá-la em poucos dias no meio de um roteiro extenso. Além de compacta, ela condensa um tanto de história que só é assimilado com tempo.
Por outro lado, mesmo em uma visita rápida, o turista consegue vislumbrar os aspectos da vida local, porque, como diz Catalan, todos vão aos mesmos lugares. Em restaurantes ou pubs, há grandes turmas animadas, que conversam com o divertido sotaque local.

Era uma vez
Edimburgo tem tanta história que a chamada New Town, cidade nova, tem mais de 200 anos -o nome completo dela é Georgian New Town, ou seja, é georgiana; os nomes homenageiam George 3º (1738-1820).
Ela só é chamada de nova porque se opõe à cidade velha, a Old Town, cujo marco é o castelo, que começou a ser erguido em 1130 -data da capela de Santa Margaret, lá dentro.
A cidade é tão histórica que até bar tem quase 500 anos, caso do pub The White Hart Inn, o mais antigo da área. É claro que isso merece um brinde, e para brindar bonito lá é só falar "slainte" (pronuncia-se slanji).
Se for hoje para lá, o turista encontrará uma certa confusão em uma das principais vias locais. A Princess street, importante ligação entre vários pontos, que, inclusive, divide as cidades nova e velha, está em obras. Ali vai funcionar um metrô de superfície.
Os bloqueios, tapumes e grades de proteção estragam um pouco a paisagem, mas não afetam tanto a visita à cidade. Na verdade, o fluxo de pessoas foi desviado majoritariamente para o agradável jardim Princess street, que ladeia a rua.

Frio e vento
Ao planejar a viagem, é preciso levar em conta que na Escócia faz frio e venta muito. Apesar de a primavera já ter começado, a temperatura ainda não saiu da casa da unidade -gira em torno de 1C a 5C.
Outro fator importante ao traçar o roteiro: tudo fecha cedo. Às 17h, museus, atrações e quetais já encerram as atividades. Isso só muda no alto verão, quando a capital escocesa ferve com festivais culturais.
Se tiver poucos dias, o turista deve concentrar suas energias na chamada Royal Mile, a rua que liga o castelo de Edimburgo ao palácio de Holyroodhouse, a residência da rainha Elizabeth na cidade. Ali, cada pedra do calçamento está impregnada de séculos de intrigas, guerras, bebedeiras e afins.
Se tiver mais tempo, pode dedicá-lo a explorar a New Town -a área, planejada, concentra em menos de 2,5 quilômetros quadrados cerca de 10 mil prédios catalogados como patrimônio arquitetônico.
E, se tiver mais tempo ainda, deve separar um ou dois dias para conhecer os arredores da cidade. Em poucas horas, chega-se às chamadas Highlands, a região a norte de Edimburgo, onde o terreno acidentado é coberto de grama e marcado por rios e lagos, ali chamados de lochs -é em um deles, o Ness, onde mora o monstro. (HL)


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