São Paulo, quinta-feira, 16 de abril de 2009

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TERRAS ALTAS

Pedra é o centro das atenções no castelo

Parte do roteiro, capela de Santa Margaret data de 1130

DA ENVIADA ESPECIAL A EDIMBURGO

O castelo de Edimburgo, no topo da chamada Castle Rock, domina a cidade. Como um marco de navegação, basta registrar sua posição em relação a ele para nunca se perder. Tudo está para lá ou para cá do imponente prédio de pedra sobre pedra tombado como patrimônio da humanidade pela Unesco.
É claro que é possível ficar horas ali dentro, familiarizando-se com todos os aspectos da complicada história real escocesa, na qual, por exemplo, James 6º da Escócia é também James 1º do Reino Unido. E a rainha Mary Stewart é ao mesmo tempo heroína e vilã.
Mas, se tiver pouco tempo, o visitante deve focar suas atenções a alguns marcos essenciais desse grande edifício, que começou a ser erguido em 1130 -data da capela de Santa Margaret- e contempla até prédios do século 20 -caso do memorial das guerras, dos anos 1920.
Depois de ficar, como todo mundo que entra ali, alguns minutos admirando a vista que se tem a partir das muradas, deve-se pagar visita à capela que deu origem ao castelo. Ela é simples, como se espera que um prédio do século 12 seja, mas preste atenção à decoração, que pode passar despercebida.
Tome tempo para observar o pequeno altar coberto de tecidos e repleto de significados -cada cor e padrão dos panos está ali por um motivo.
A capela foi erguida a mando de David 1º como um lugar de oração privado para a família real e em homenagem à mãe dele, Margaret, que morreu em 1093, logo depois da morte de seu marido, Malcolm 3º.
Em seguida, a outra parada essencial é a sala onde estão as joias da coroa escocesa. Um trajeto com vitrines de bonecos reconta a história das peças. Elas foram enterradas quando Oliver Cromwell invadiu a Escócia, em 1651, e só voltaram a ser expostas ao público, já no castelo, em 1822.
A coroa escocesa é uma das mais antigas da Europa. Foi feita para James 5º, em 1540. Para que ela fosse confeccionada, foi derretida a coroa anterior e acrescido mais ouro. As joias são impressionantes, é verdade, principalmente o colar da Ordem de Garter, com um pingente de são Jorge, confeccionado em 1807. Mas, de todos os elementos na sala, apesar do brilho do ouro, o que mais chama a atenção é a pedra.
Durante séculos, os reis escoceses foram coroados sobre essa pedra, em Scone, perto de Perth. Daí o nome pedra do Destino. Em 1296, Edward 1º, da Inglaterra, roubou a rocha e a levou para a abadia de Westminster. Lá, passou a ser usada na coroação de reis ingleses.
Apenas em 1996 a pedra foi devolvida à Escócia. Em caso de nova coroação, ela é levada à Inglaterra. Depois de usada, a partir de agora, volta para seu lugar, no castelo de Edimburgo.


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