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TAXIANDO NA CAPITAL
Obras raras e livreiros aptos são ingredientes comuns tanto em lojas grandes como em outras discretas
Livraria contenta sedento da alma portenha
Rafael Alves Pereira/Folha Imagem
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A Librería de Ávila é o lugar onde primeiro se vendeu um livro em toda a história da Argentina |
RAFAEL ALVES PEREIRA
ENVIADO ESPECIAL A BUENOS AIRES
Com ares europeus, Buenos Aires é também um dos mais importantes pólos literários e editoriais da América Latina. Grandes
editoras estão baseadas na Argentina, e a capital é pródiga em livrarias e em sebos. Mesmo a crise
não afetou o incondicional apreço
que os argentinos têm pelas letras.
Talvez tão tradicionais quanto
os famosos cafés portenhos, livrarias antigas compõem parte do rico histórico literário da cidade.
Algumas remontam ao início do
século passado e seguem funcionando no centro vibrante de Buenos Aires. Outras, mais novas,
mantêm a forte tradição que faz
do argentino, entre todos os latino-americanos, um dos principais amantes das letras.
Outra figura importante é a do
livreiro, que comanda a própria
livraria, tem contato com o cliente, troca dicas de leitura e trata de
encomendar e encontrar as publicações mais raras. Eles sobrevivem escondidos em diminutas e
discretas lojas espalhadas pela cidade. Pequenas preciosidades, escondem um universo mágico, onde podem ser encontrados edições de mapas franceses do século
16, cancioneiros religiosos em latim do período colonial e, menos
pitoresco, mas de importância
inefável para a história argentina,
as primeiras edições de obras de
gigantes como Julio Cortázar e
Jorge Luis Borges. Esses personagens ajudam a transmitir às novas
gerações da capital o gosto pela
leitura.
Vale lembrar que em Buenos
Aires não existe o sebo tal qual o
conhecemos no Brasil. Lá, várias
livrarias vendem livros novos e
usados, e algumas se especializaram em obras antigas e edições
históricas. Essas são bastante numerosas e chamadas de livrarias-antiquário.
O viajante que quiser conhecer
um pouco mais da alma recôndita
dos portenhos precisa, mais que
simplesmente se fartar com suculentas carnes e comprazer ao
olhar com os belíssimos espetáculos de tango, mergulhar no universo literário. Seja nas novas livrarias comerciais, naquelas que
ocupam edifícios históricos ou
nas livrarias-antiquário, haverá
sempre parte da história e da cultura do país repousada nas estantes, à espera do viajante curioso.
Visitar algumas dessas livrarias
chega a ser uma aventura saborosa. Algumas têm cafés e permitem
que os ávidos leitores se entorpeçam com os livros entre uma "lágrima" (xícara de leite com uma
gota de café, a "lágrima") e uma
xícara de "mate-cocido" (a tradicional erva, fervida e servida com
limão e um pouco de açúcar).
Rafael Alves Pereira viajou a convite
do hotel Park Tower e da Varig
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